O vereador Marcelo Verly (PSDB) não é mais o líder do governo Heródoto na Câmara. Ele deixou o cargo na véspera do Carnaval e a notícia foi confirmada ontem, terça-feira, com a primeira sessão após o recesso parlamentar. Verly avalia que seu saldo no cargo “foi altamente positivo, contribuindo para a aprovação de projetos do Executivo, muito importantes para a cidade”, disse. No entanto, o vereador destacou que, sua saída, não denota nenhum rompimento com o governo Heródoto Bento de Mello, “ao qual continuarei ajudando”, afirmou.
Perguntado se o pedido de afastamento do cargo tem relação com a especulação de uma possível candidatura sua como deputado federal pelo PSDB nas eleições 2010, Verly não confirma, mas também não desmente. Apenas sorri e faz mistério. Mas quem acompanha sua vida pública sabe que ele sempre costuma criar surpresas. É fato. Se, por um lado, Marcelo Verly é conhecido por construir caminhos de conciliações políticas, por outro nunca apreciou calmarias e parece estar sempre em busca de mudanças, de novos desafios. É exatamente dessa forma que a banda tem tocado no repertório político de Verly. Ou seja, a notícia da confirmação da candidatura pode ser apenas uma mera questão de tempo.
Ao longo de quase dez anos de vida pública, o vereador tem buscado usar a sua experiência profissional e formação técnica como administrador e gestor público e a carreira política. “Sem dúvida, tem sido um investimento de grande importância em meu amadurecimento como homem público”, reconhece. E o seu desempenho na Câmara tem mostrado isso. “A vida é um aprendizado. Aprendi com meus erros, inclusive políticos, e pretendo não repeti-los. Posturas extremistas e radicais em nada contribuem para a necessidade de se promoverem as transformações que a sociedade precisa. Quero ser útil às pessoas, à minha cidade. Quero que me vejam como ponte, e não como muro”, disse se referindo ao fato de ter ocupado o cargo de líder do prefeito, um ex-adversário político.
EDUCAÇÃO - Eleito recentemente vice-presidente da Câmara, por unanimidade, Marcelo Verly também responde no Legislativo como presidente das comissões de Educação, Cultura e Esportes, Ética e Decoro Parlamentar e Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano da Câmara. Ele deixa o cargo de líder comemorando a aprovação de mais dois projetos importantes: o retorno da gratificação de regência de turma para os professores municipais e a nova organização administrativa da Autarquia Municipal de Trânsito (Autran). E acrescenta: “A Educação, aliás, é minha menina dos olhos”. Ele lembra que, no exercício do mandato, também comandou a aprovação do plano de cargos e carreiras do magistério em 2008 e lutou pela implantação do referido plano em 2009, o que ocorreu, agora, em janeiro, garantindo aos profissionais da área a tão almejada possibilidade de progressão na carreira e um piso salarial de R$ 740, 00: “O que ainda é muito pouco, precisamos que o piso seja no mínimo de mil reais”, enfatiza.
Autor da famosa campanha pela instalação de uma universidade pública em Nova Friburgo, Verly diz estar empenhado, agora, junto ao governo estadual para conseguir a cessão definitiva do prédio do Cefet, no Prado, para que a instituição possa expandir suas atividades e atender a um maior contingente de alunos da cidade e região com cursos federais profissionalizantes e de qualificação. “Acredito sinceramente que esta seja uma das minhas grandes missões na política: trabalhar incansavelmente pela ampliação da oferta de cursos técnicos e superiores, públicos, gratuitos e de qualidade”, emenda.
Ele acrescenta que pretende no mês que vem realizar visitas a escolas e creches públicas, para diagnosticar “as oportunidades de melhorias nestes estabelecimentos e trabalhar junto à secretaria municipal de Educação por sua viabilização”, enfatiza.
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