Marcelo Freixo visita comunidades em Nova Friburgo

terça-feira, 13 de maio de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Fotos: Amanda Tinoco  O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, visitou Nova Friburgo no último sábado, 10. O objetivo da viagem foi colher depoimentos e levantar informações para a audiência pública que será realizada na Alerj, às 10 horas da manhã do dia 20 de maio, dedicada a apurar as condições de vida nas zonas atingidas pela tragédia climática de janeiro de 2011. Antes de se reunir com líderes comunitários da Câmara Municipal, o parlamentar inspecionou o bairro Córrego Dantas e o condomínio Terra Nova. "A Região Serrana apresenta uma série de violações específicas dos Direitos Humanos”, afirmou o deputado. "E desde a tragédia de 2011, evidentemente um dos grandes assuntos diz respeito à questão da moradia. A comissão foi procurada por um grupo de moradores, através do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis, cujo presidente de honra é Leonardo Boff, e diante disso nós elaboramos um programa para ouvirmos os desabrigados, a fim de coletarmos informações atuais para a realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa. Vamos chamar os órgãos estaduais ligados aos problemas observados aqui, como é o caso do Inea, e também vamos convidar os órgãos municipais, apesar de não podermos fiscalizá-los diretamente”, continuou Freixo. Depois de passar por Petrópolis e Teresópolis, o parlamentar mostrou-se impressionado com algumas situações encontradas em Nova Friburgo. "Eu vi uma situação muito grave aqui, e vou telefonar para o prefeito para ouvi-lo sobre o assunto. Ela diz respeito a uma escola municipal em Córrego Dantas que está funcionando em uma casa comum, absolutamente imprópria, há mais de três anos. É uma situação inacreditável, porque existe o prédio da escola, e não é admissível que um estabelecimento seja improvisado por mais de três anos, tornando-se definitivamente provisório. Deixa de ser aceitável. São crianças estudando em cômodos de casas, com paredes vazadas... É absolutamente impossível dar aulas em um lugar como aquele. Sem mencionar a cozinha, com fogão e botijão de gás, que fica logo ao lado da sala de aula, numa configuração absolutamente imprópria e perigosa. E também tem a creche... A única creche daquela região funciona numa garagem há três anos, e não se trata de nenhum problema que demande investimento milionário. Certas coisas dependem apenas de vontade. Não é possível que não se consiga resolver o problema de uma creche que está funcionando numa garagem há três anos. Não é possível que não se resolva o problema de uma escola que funcionava em dois turnos e passou a funcionar em turno único, tendo o número de alunos reduzido por falta de estrutura. Essas são violações de direitos que podem ser resolvidas imediatamente. E é papel da Comissão de Direitos Humanos fazer isso”, argumentou o parlamentar. Freixo argumentou ainda que a falta de visibilidade de determinados problemas tem relação direta com a lentidão das soluções. "O mais importante dessa iniciativa é quebrar algumas invisibilidades, quebrar alguns silêncios. Quem conhece os problemas de cada localidade são os moradores, e na maioria das vezes esses problemas não atingem a opinião pública. O problema é que a partir do momento em que a opinião pública desconhece que o problema existe, ela também não cobra. Daí os governantes agem com muita tranquilidade, porque não há pressão sobre eles. Então os problemas se arrastam, e é isso que explica uma creche estar funcionando há três anos dentro de uma garagem. A audiência pública serve para cobrar das autoridades, para produzir um documento, para dar voz a esses moradores e para dar visibilidade aos problemas. Todas as nossas visitas tiveram a presença de uma equipe de filmagem, que vai produzir o documentário e lançar nas redes sociais, onde temos grande alcance”, explicou. Durante pouco mais de duas horas, o deputado tomou conhecimento de problemas enfrentados por moradores de diversos bairros friburguenses. Terminado o encontro, a sede local do Psol encarregou-se de receber reclamações que não puderam ser ouvidas durante o evento, prometendo encaminhá-las à Comissão de Direitos Humanos a tempo de serem ouvidas na audiência pública da Alerj.
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