Flávia Namen
Localizado entre o Parque São Clemente e o Lagoinha, o Vale dos Pinheiros é um dos bairros mais valorizados de Nova Friburgo pela boa qualidade de vida que oferece aos moradores. Além da facilidade de acesso ao comércio e serviços, o Vale dos Pinheiros preserva a tranquilidade e está cercado de muito verde e ar puro. Atualmente as principais referências do bairro são o Horto Municipal e a Paróquia de Santa Edwiges, inaugurada no início de 2009.
A equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA esteve no Vale dos Pinheiros esta semana para constatar os problemas que prejudicam a rotina da comunidade. O principal deles refere-se às marcas da tragédia de janeiro que ainda estão presentes em alguns pontos do bairro como na Alameda Eduardo Guinle, que permanece interditada devido à queda de uma barreira. No final da Alameda Princesa Izabel, o problema é um deslizamento de terra e na Rua Maria José Andrade Vieira partes de um muro desabado permanecem na via. “Minha casa foi interditada e até hoje não consegui receber o aluguel social. Estou morando na casa da minha filha, mas tenho que passar o dia aqui para evitar os saques que estavam ocorrendo”, desabafou Maria das Graças Barboza, moradora do bairro há 23 anos.
Outra marca da catástrofe ocorrida no início do ano pode ser observada no córrego que corta o bairro, que está com a mureta quebrada, ameaçando cair. O excesso de chuvas também danificou a pavimentação de várias vias, como a Alameda Princesa Izabel, que está com buracos e depressões na pista. Junte-se a isso, alguns pontos com fios e cabos soltos e as várias tampas de bueiros quebradas, como a localizada na Alameda Visconde de Ouro Preto.
Falta de áreas de lazer, entulhos nas ruas e revitalização do Park Hotel
O lazer no bairro deixa a desejar e faltam espaços para recreação dos moradores. As crianças não contam com nenhum parquinho infantil e não têm onde brincar. A única área destinada à comunidade é a Praça Padre Arêas, que está necessitando de manutenção. Outro ponto que poderia ser utilizado pela comunidade é o Horto Municipal, que está em condições precárias e com a estrada de acesso repleta de lama e buracos.
Completam a lista de problemas no bairro, a falta de calçadas pavimentadas em trechos como a Alameda Princesa Izabel e de placas de identificação das ruas como a Maria José de Andrade Vieira, onde o nome só foi encontrado no portão de uma residência. A rua também está cheia de entulhos, o que vem provocando a proliferação de ratos e insetos, segundo alguns moradores que preferiram não se identificar. Outro ponto que necessita de limpeza é a Alameda Princesa Izabel, onde há entulhos e restos de despachos.
A comunidade também ressalta o abandono do Park Hotel, considerado um marco da arquitetura moderna e uma das mais importantes obras do renomado arquiteto Lúcio Costa, tombada pelo Patrimônio Histórico. Fechado há alguns anos, o hotel vem se deteriorando devido à falta de recursos para sua manutenção, o que já motivou alguns movimentos na cidade em prol de sua recuperação. Em 2008, um projeto de revitalização do hotel, que ganharia um centro de treinamento em hotelaria, chegou a ser anunciado, mas não foi adiante, já que aguardava recursos do Ministério da Cultura. “A Prefeitura poderia abraçar essa causa e destinar recursos ou até ceder mão de obra para cuidar do imóvel antes que seja tarde”, sugere um morador antigo do bairro, que preferiu não se identificar.
Prefeitura esclarece questões relativas ao bairro
Segundo nota enviada pela secretaria de Comunicação Social da Prefeitura, os serviços de conservação do Vale dos Pinheiros estão a cargo da secretaria de Olaria, administrada por Rafael Guimarães Rodrigues. Segundo ele, há dois meses foi realizada uma operação tapa-buracos nas ruas com calçamento de paralelepípedos do bairro. “Apenas algumas ruas asfaltadas, como a Alameda Princesa Izabel, ainda dependem de manutenção”, diz um trecho da nota.
O secretário de Olaria explica que já foi retirada toda a terra possível proveniente do deslizamento de terra no final da Alameda Princesa Izabel. Caso seja retirada mais, o barranco pode ficar descalçado, de acordo com ele. O problema também inviabiliza, diz o secretário, a construção de calçadas no lado direito da alameda. Rafael também afirma que não procede a queixa sobre a existência de entulhos e restos de despachos na alameda.
Quanto aos entulhos amontoados na Rua Maria José Andrade Vieira, ele informa que foi agendada a retirada para a próxima semana. Já o entulho jogado por um morador, foi retirado pela secretaria de Olaria em dois caminhões. O secretário lembra que no terreno baldio situado na rua há uma placa e cerca proibindo jogar lixo. “Mesmo assim, alguns moradores insistem em jogar esses materiais nesse terreno”, destaca, lembrando que o muro desabado na referida rua é obra particular.
O secretário explica também que já foram feitas várias contenções na mureta do córrego que corta o bairro. “De cinco contenções feitas, uma cedeu. Não temos previsão de quando o serviço será refeito, devido a outros mais urgentes. Recentemente o córrego passou por limpeza e foram retirados cinco caminhões de madeira e outros entulhos”, diz a nota.
As tampas de bueiros quebradas na Alameda Visconde de Ouro Preto devem ser repostas em 30 dias. “O material está sendo providenciado”, acrescenta.
As reclamações sobre a barreira na Alameda Eduardo Guinle, as más condições do Horto Municipal e a proliferação de ratos na Rua Maria José Andrade Vieira foram encaminhadas ao secretário de Serviços Públicos, Alexandre Cruz, que ficou de tomar as devidas providências para solucionar esses problemas.
Quanto à falta de placas de identificação nas ruas, o funcionário Ricardo Barroso, do setor de Logradouros da Secretaria de Fazenda, informa que basta solicitá-las. “A associação de moradores ou os moradores individualmente podem fazer a solicitação indicando os nomes das ruas; se houver placas prontas no setor serão repostas imediatamente; caso não existam, serão encomendadas”, conclui a nota.
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