Manifestação antivivissecção reúne ativistas na Praça Dermeval Barbosa Moreira

quarta-feira, 02 de maio de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Manifestação antivivissecção reúne ativistas na Praça Dermeval Barbosa Moreira
Manifestação antivivissecção reúne ativistas na Praça Dermeval Barbosa Moreira

Nova Friburgo não ficou de fora do Movimento Antivivissecção e Experimentação Animal, promovido em mais de 50 cidades do Brasil e do mundo. Uma manifestação contra a prática foi realizada na manhã do último sábado, 28, na Praça Dermeval Barbosa Moreira. A iniciativa contou com diversas faixas e cartazes condenando o uso de animais em pesquisas de laboratórios, de universidades e instituições de pesquisa. Contendo fotos e frases de impacto, o material chamou atenção de quem passava pela praça. “Chega de tortura e crime nos laboratórios”, destacava um dos cartazes ilustrado por um macaco com pinos no crânio.

Idealizada pelo grupo Cadeia Para Quem Maltrata os Animais (hoje com mais de 75 mil membros) e pela World Event to End Animal Cruelty (WEEAC)—ambas com ativismo abolicionista pelo fim da exploração dos animais—a atividade visou denunciar e conscientizar a sociedade em relação aos inúmeros casos de exploração e tortura de animais que são presos em laboratórios para fins de experimentação. Além de denunciar a utilização de animais vivos com propósitos experimentais, o protesto abriu a discussão sobre métodos éticos alternativos existentes, empregados e reconhecidos por inúmeras faculdades e instituições de ensino ao redor do mundo (ver box).

Experimentos prévios não garantem plena segurança para a sociedade

Para o biólogo Sérgio Greif, coautor do livro “A verdadeira face da Experimentação Animal: a sua saúde em perigo” e redator do Manifesto que lançou oficialmente o evento em questão, os experimentos prévios realizados em animais não garantem segurança para a sociedade, muito menos apontam caminhos precisos, sobretudo do ponto de vista científico. “É grande o número de drogas aprovadas que são recolhidas das prateleiras no prazo de um ano após sua colocação no mercado. O motivo deste recolhimento é a detecção de efeitos colaterais na população humana, efeitos estes que não haviam sido detectados em testes em animais”, afirma o ativista.

Apesar da importância da causa, o ato público na Praça Dermeval não teve presença maciça de participantes, ao contrário de outros movimentos realizados na cidade em prol dos direitos dos animais. A data escolhida pode ter sido uma das razões para a pequena adesão, já que coincidiu com um feriado que foi prolongado por várias categorias.

Prática ainda é comum no país

No Brasil, as faculdades de medicina, medicina veterinária, biologia, psicologia, odontologia, ciências farmacêuticas, enfermagem, entre outras, possuem aulas práticas em que são utilizados animais vivos. Na vivissecção - cuja origem é atribuída ao médico romano de origem grega, Cláudio Galeno, no século I, DC. - animais são encaminhados vivos para a sala de aula, onde são contidos e anestesiados (nem sempre adequadamente), para em seguida, com a presença do professor e alunos, serem utilizados em diversos experimentos de aprendizagem. Após a prática são sacrificados.

Na Europa e Estados Unidos, muitas faculdades de medicina não mais utilizam animais, nem mesmo nas matérias práticas, como técnica cirúrgica e cirurgia, oferecendo substitutivos em todos os setores. Nos EUA, mais de cem escolas de medicina (quase 70%), incluindo Harvard, não utilizam animais. Na Inglaterra e Alemanha a utilização de animais na educação médica foi abolida. Na Grã-Bretanha (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda) estudantes são proibidos, por lei, de praticarem cirurgia em animais.

Fonte: Grupo Cadeia Para Quem Maltrata os Animais

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