Malvina lança álbum distribuído por selos da Europa, América do Norte e América Latina

Banda surgiu em 2003, em Friburgo, influenciada por um momento forte da cena underground na cidade, na época alimentada pelos shows que eram promovidos na Rua Portugal
sábado, 13 de julho de 2019
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
Malvina lança álbum distribuído por selos da Europa, América do Norte e América Latina

O cenário musical friburguense é, historicamente, vasto e bastante eclético. E, em meio a tantos talentos, tem ganhado cada vez mais destaque e espaço em nível nacional e internacional a banda Malvina, formada pelos irmãos gêmeos Bernardo Berbert (voz e guitarra) e Vinícius Berbert (voz e baixo) e Renato Avellar (bateria).

Apesar de não ser nascido em Nova Friburgo, o trio foi criado e passou boa parte da infância e adolescência na cidade. Atualmente morando em Niterói, Malvina lançou recentemente em CD e vinil o álbum ‘Hybrid War’, distribuído por selos da Europa, América do Norte e América Latina.

Oriundos do punk/hardcore, com o tempo a banda foi agregando diferentes influências ao som. Rock progressivo, thrash e death metal, rock’n'roll e grunge estão no DNA do Malvina. “Mas costumamos nos referir à nossa sonoridade, de forma generalizada, como punk/hardcore progressivo”, define Bernardo Berbert.

“A maior satisfação que teremos como músicos é saber que as pessoas ouvem o nosso som. E, assim como fomos influenciados por algumas bandas, ter a chance de ser influência para alguém que está começando a tocar nos motiva demais. Se um dia alguém disser que fomos referência para a vida musical dela, com certeza vai valer todo o esforço que fizemos ao longo desses anos”, diz Renato Avellar.

A trajetória do Malvina

O Malvina surgiu em 2003, em Nova Friburgo, influenciado por um momento forte da cena underground na cidade, na época alimentada pelos shows na Rua Portugal, popular reduto dos roqueiros friburguenses. Bandas como Blie Operário, Tugnut, Anarcks e Video Boys tiveram efeito sobre os músicos. Somente em 2010 a banda lançou “Claustro”, seu primeiro full-length, de maneira totalmente independente.

A recepção positiva por parte do público brasileiro e estrangeiro fez com que a banda sentisse a necessidade de maior difusão desse álbum. Para isso, em 2014, o full foi assinado com a gravadora Green Gold Records, dos Estados Unidos. Com dez faixas, metade em inglês e metade em português, “Claustro” foi citado e elogiado por veteranos do hardcore nacional como Rodrigo Lima, do Dead Fish, Phil Fargnoli, do CPM 22, Caio Cunha, do Raimundos, e André Alves, do Nitrominds/Statues on Fire.

Lançado virtualmente em 2011, o EP de três faixas “Vomit Juice” resgata a sonoridade do punk rock da década de 90. De 2012 a dezembro de 2015, o Malvina apresentou esses dois trabalhos, viajando desde o Sudeste ao extremo Norte do Brasil, fechando o ciclo com um tour de seis shows na Argentina.

Com forte apelo político e social, o Malvina embute críticas e pensamentos em suas músicas, o que faz dela uma banda sempre atual e atuante, com um viés ideológico bastante presente. No dia da abertura das Olimpíadas 2016, no Rio, o Malvina lançou o lyric video de “Scenario”, denunciando as remoções das famílias da Zona Oeste do Rio de Janeiro para as obras de preparação para os Jogos daquele ano.

‘Hybrid War’, o trabalho mais atual da banda

Depois de mais de um ano concentrados na produção de um novo álbum, os gêmeos Bernardo e Vinícius foram, em agosto de 2018, mixar o disco com Jason Livermore, no Blasting Room Studios, em Fort Collins, no Colorado, EUA. Daí surgiu o álbum “Hybrid War”, lançado em CD e vinil, que está sendo distribuído por selos da Europa, Estados Unidos, Canadá, Chile, Argentina e Brasil.

 “Hybrid War aborda o processo que levou ao golpe de estado de 2016, a destruição da indústria nacional e a ascensão do fascismo no Brasil”, diz Vinícius Berbert.

“Agora temos um público maior lá fora e, em breve, faremos algumas rotas nesses países. A possibilidade de dar visibilidade a questões nacionais que consideramos de grande importância a um público bem maior que já se mostrou sensível aos temas, nos motiva bastante. Consideramos essa uma oportunidade preciosa de espalhar a nossa mensagem pelo mundo. A gente realmente ama o nosso trabalho. Somos bastante sinceros na nossa mensagem. Pretendemos dar continuidade ao que fazemos, expandir nossa discografia e espalhar as nossas ideias aqui no Brasil e lá fora”, afirma Bernardo.

 

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