Mais fiscalização eletrônica na RJ-116 deixa motoristas atônitos

segunda-feira, 29 de abril de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Mais fiscalização eletrônica na RJ-116 deixa motoristas atônitos
Mais fiscalização eletrônica na RJ-116 deixa motoristas atônitos

Como se já não bastasse o grande número de radares existentes na estrada RJ-116, entre Nova Friburgo e Itaboraí, mais quatro foram instalados naquele trecho recentemente. O processo é questionado pelos motoristas obrigados a transitar por essa estrada regularmente. Alguns até admitem a necessidade dos chamados pardais em alguns lugares, mas não entendem sua quantidade excessiva.

SEM FUNCIONAMENTO, POR ENQUANTO - O taxista Nilson Durso lembra que o pardal da Ponte da Saudade foi sinalizado, mas há outros sem identificação na altura da Clínica Santa Lúcia, em Mury; em Cachoeiras de Macacu, na chamada curva da banana, três quilômetros após o centro da cidade, no sentido Rio; e nas proximidades da fábrica Schincariol. No entanto estão encobertos e o taxista imagina que não estão funcionando. Nilson lembra também que no trecho Cachoeiras-Guapimirim também há um radar não sinalizado, mas, pelo menos, há placas limitando a velocidade em 40 quilômetros.

Outro taxista, Edson Monteiro Machado, salienta que os novos pardais estão encobertos, mas logo funcionarão e os motoristas têm que prestar atenção e ter cuidado para não terem uma surpresa desagradável. “De uma hora para outra, mais hoje mais amanhã, vão funcionar”. Machado chama a atenção dos motoristas que o Código de Trânsito Brasileiro não obriga mais a sinalização dos radares, e sim, a velocidade máxima. E os motoristas são obrigados a obedecer. 

Machado lamenta a quantidade excessiva desses equipamentos entre Nova Friburgo e Itaboraí, o que já começa a provocar reações contrárias. Ele soube por um amigo que há um adesivo plástico com o texto “Visite Nova Friburgo e ganhe um punhado de multas”. Em sua opinião, outros locais que precisavam do equipamento não têm, como, por exemplo, em Cachoeiras, onde os quebra-molas deveriam ser substituídos pelas fiscalizações eletrônicas.

  MANEIRAR O PÉ – O vendedor Leonardo Belório é de opinião que os radares são necessários pois os motoristas de um modo geral abusam da velocidade. Ele vai ao Rio uma vez por semana a trabalho e o jeito é diminuir a velocidade. “Correr não adianta”, pondera. E ele ainda vai mais além ao afirmar que outros locais ao longo da RJ-116 também precisam de fiscalização eletrônica.

MAIOR ARRECADAÇÃO – O estudante de direito Everton Chaves Palência Barbosa não sabe se os novos pardais estão ou não funcionando, mas de qualquer maneira diminui a velocidade e obedece a sinalização não só em direção a Itaboraí, como também para Guapimirim. “A gente passa por um pardal e logo após tem outro. Ficam maldosamente colocados após uma curva ou escondidos numa árvore.” Para Everton, o número de radares na RJ-116 é exagerado e ele só entende que a intenção é maior arrecadação para o governo. 

CDL PROTESTA – O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Braulio Rezende Filho, vê a questão com muita preocupação. Além da dificuldade em relação ao fluxo de turistas para Nova Friburgo, os que chegam à cidade estão reclamando do grande número de pardais eletrônicos ao longo da estrada RJ-116. Para Braulio, a colocação dos radares nos centros urbanos de grande concentração de pedestres, onde existam colégios, é justificável. “Agora, em determinados locais que estão colocando fica completamente descabido e isso está gerando uma indústria de multas muito grande e sacrificando os turistas que estão procurando Nova Friburgo.”

O presidente comentou que a CDL tem se posicionado contrária ao que considera a maneira abusiva como estão sendo instalados os radares ao longo da RJ-116. As reclamações foram endereçadas à concessionária Rota 116 e ao DER. Braulio propõe que a instalação de novos equipamentos deveria ser discutida com as entidades de classe dos locais envolvidos. “Agora foram colocados mais três ou quatro em locais completamente sem necessidade alguma”, frisa.

Segundo o presidente da CDL, a Rota 116 enviou resposta alegando não ser o assunto de sua competência, enquanto o DER não enviou qualquer resposta. Braulio planeja levar a questão ao conhecimento do governador Sérgio Cabral e de todos os deputados estaduais. “Está demais, exageradamente grande a quantidade de pardais eletrônicos na nossa estada”, arremata.

ROTA 116 – De acordo com o assessor de imprensa da concessionária Rota 116, Vinícius Martins, nenhum radar instalado ao longo da RJ-116 é de responsabilidade da concessionária. Todos são instalados e mantidos pelo DER, assim como as multas flagradas pelo desrespeito à legislação. Ele cita também que estes equipamentos que estão sendo instalados não serão radares de controle de velocidade, e sim, equipamentos para a leitura de placas dos veículos. E reforça que tais equipamentos são de responsabilidade do DER. 

A assessoria de imprensa do DER não se manifestou sobre o assunto.

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