Ontem, 30 de junho, estudantes se reuniram no início da tarde na Praça Dermeval Barbosa Moreira para protestar contra a redução da maioridade penal, enquanto a polêmica proposta era votada na Câmara dos Deputados, em Brasília. O protesto em Friburgo foi simultâneo a diversas outras manifestações pelo país. No Distrito Federal, por exemplo, estudantes marcharam até o Congresso com faixas e trio elétrico. No ato em frente ao Centro de Turismo na Praça Dermeval os representantes da Une (União Nacional dos Estudantes) e da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) auxiliaram os jovens na produção de cartazes, além de pontuarem em debate os principais quesitos sobre a posição contra a redução da maioridade penal. Houve ainda uma marcha até a Prefeitura.
Segundo Rafaella Ieguer, representante da Une, a maneira mais eficaz para uma solução é a educação. “A Une e a Ubes estão levando estudantes do Brasil inteiro para ocupar Brasília a fim de impedir a redução. Eu tive a oportunidade de estar por lá e nesse movimento além de ser contra a redução da maioridade penal lutamos também pela educação, pois acreditamos que ela seja a melhor saída”, afirma a estudante.
Os jovens que participaram da marcha distribuíram panfletos com dezoito razões para a não redução da maioridade penal, dentre elas se destaca “A juventude quer viver”, mostrando a importância de implementar, de fato, soluções que previnam a criminalidade, como escolas mais atrativas e de tempo integral, além da popularização das universidades, assistência estudantil, saúde, meia-entrada para o acesso ao lazer, à cultura e ao esporte, visando mais políticas públicas para a juventude.
Pedro Henrique Pereira, representante da Ubes, conta que a iniciativa em Friburgo começou através da representante da Une com o intuito de retomar o movimento estudantil friburguense e incentivar os estudantes a defender as suas prioridades. “Fomos a escolas para divulgar a ideia, criamos uma logo e panfletos para serem distribuídos. Atrás desse panfleto fizemos também uma saudação aos estudantes da cidade para começarmos a organizar por aqui um movimento estudantil, o que é muito importante”, finaliza Pedro.
Entenda o caso
A proposta votada prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em crimes considerados graves, como hediondos, roubo qualificado e lesão seguida de morte. Os jovens seriam julgados como adultos, mas cumpririam a pena em cárceres especiais. O plenário da Câmara votou a Proposta de Emenda à Constituição, que altera a legislação. Por ser tratar de uma PEC, o texto precisaria de 308 votos para ser aprovada, em dois turnos de votação. Sendo aprovada a proposta deverá ser votada no Senado, também em dois turnos.
Deixe o seu comentário