Maio: mês de Maria

sexta-feira, 06 de maio de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Os católicos consagram o mês de maio a Maria. São Bernardo, santo muito famoso e importante na história da Igreja, dizia: “De Maria nunca se fala demais”. Ele tinha razão, pois tão grande é a riqueza de sua pessoa e tão grande é a missão que ela cumpriu, escolhida pelo próprio Deus, para ser a Mãe do seu Filho feito homem.

Os Evangelhos falam pouco de Maria, a não ser São Lucas nas longas narrações sobre a infância de Jesus, a começar pela anunciação do anjo Gabriel. Mas, mesmo assim, os Evangelhos nos deixaram pérolas preciosas mostrando as riquezas do coração e da missão de Maria. Nenhum cristão, nenhum seguidor do Evangelho pode ficar indiferente diante da pessoa de Maria. Interessante que, no Novo Testamento (Evangelhos e Atos dos Apóstolos), ela aparece em destaque nos momentos mais importantes da vida de Jesus e da Igreja.

Na anunciação do anjo Gabriel, ela é escolhida por Deus para cumprir a grande missão de ser a mãe do Messias. O tratamento que o anjo lhe dá é singular, pois ela é chamada “a cheia de graça”, aquela em quem o Senhor habita em plenitude: “O Senhor está contigo”. Aquela que foi a preferida de Deus entre todas as jovens de Israel: “Bendita és tu entre as mulheres!” Sua atitude diante da mensagem do anjo é de humildade e serviço generoso que se entrega nas mãos de Deus para cumprir a missão que lhe era proposta: “Eis a servidora do Senhor”.

Quando Jesus inicia a sua vida pública, participando das Bodas de Caná, Maria está lá, presente ao lado do filho Jesus que realiza o seu primeiro milagre, transformando água em vinho a pedido de sua mãe. Jesus nos mostra, portanto, que, um pedido feito a ele por sua mãe é irrecusável. Afinal, Ele é um bom filho e todo filho procura prestigiar a sua mãe. O exemplo de Caná deve despertar em nós uma confiança ilimitada no poder intercessor de Maria. Não tenhamos medo de recorrer a ela. Ela leva carinhosamente nossos pedidos até Jesus. Ela quer que o destaque seja para Ele. Maria quer ser o caminho que nos leva a Jesus.

Ninguém melhor do que a mãe para exercer este papel. O terceiro momento importante da presença de Maria é na cruz. A cruz é o momento máximo em que Cristo salva a humanidade. Maria está ali com o coração dilacerado. Nossa Senhora das Dores, está intimamente unida ao Filho oferecendo Ela também ao Pai, a vida de Jesus pela salvação dos homens. Nos anelos de seu coração, ela se torna também uma salvadora ou corredentora junto com seu Filho. Alias, aquele sangue que Jesus derramou é sangue que provém de Maria. Dos lábios moribundos de Jesus, ela recebeu nova missão. Até então, ela só era a Mãe de Jesus. A partir de agora, se torna Mãe espiritual da comunidade dos discípulos de Jesus. “Eis a tua mãe” diz Jesus a João. João era ali, naquele momento, uma figura representativa. Todos nós estávamos inseridos nele. Ela é nossa Mãe.

Finalmente, preparando-se os apóstolos para receber o Espírito Santo, para depois, com a força desse mesmo Espírito Santo iniciarem a missão que lhes fora confiada por Jesus, de pregar o Evangelho a todos os povos, eles estão reunidos no Cenáculo em oração. Quem está a frente deles, dirigindo e orientando as suas orações? “Maria, a mãe de Jesus”. Portanto, Maria está presidindo com sua presença física e espiritual, o início da Igreja com a vinda do Espírito Santo.

Presente na vida de Jesus, presente na vida da Igreja, Maria está presente nas nossas vidas. Ela é Mãe e, portanto, só quer o nosso bem. No mês de maio, de um modo especial devemos invocar com confiança filial sua intercessão. O Filho é engrandecido quando nós cantamos as glórias de sua Mãe. O Filho se sente honrado quando chegamos a Ele através de sua Mãe. Uma frase antiga dizia: “A Jesus, por meio de Maria”. Digamos-lhe sempre: “Ó Maria, mãe de Jesus e nossa, intercedei a Ele por nós. Ou então: “Ó Maria, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do teu ventre”. Amém!

Pe. Luiz Pecci, sj

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade