Luta pelos povos indígenas gera manifesto na praça

terça-feira, 13 de novembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Luta pelos povos indígenas gera manifesto na praça
Luta pelos povos indígenas gera manifesto na praça

Eloir Perdigão
O Dia Nacional da Luta pelos Povos Guarani-Kaiowá transcorreu na sexta-feira, 9, e em Nova Friburgo a data foi lembrada por um pequeno número de manifestantes junto ao Centro de Turismo. Num dia chuvoso, os manifestantes se esforçavam para chamar a atenção dos poucos passantes e persuadi-los a aderir ao movimento na internet, iniciado pelo Museu do Índio, no Rio de Janeiro, que corre o risco de demolição, mesmo com 20 índios fazendo dele sua moradia.
“Mesmo com chuva estamos corajosamente aqui para somar forças com o mundo”, comentou a professora e artista Talita Melone, que conclama as pessoas a participar do movimento em defesa dos índios, que, em sua opinião, estão hoje diluídos no sangue de cada um. Ela protesta contra a falta de divulgação do movimento na grande imprensa e diz que, além da internet, os manifestantes se esforçam para também divulgá-lo pessoalmente. Em pouco tempo, em Nova Friburgo, o movimento já conseguiu a adesão de professores, artistas, fotógrafos e muitos outros profissionais.

Saiba mais
Estão sendo realizadas muitas iniciativas de manifestações em todo o país a favor da população indígena guarani-kaiowá, que vive uma nova ameaça de invasão de seu território no Mato Grosso do Sul. Os manifestantes objetivavam unir forças para organizar os atos numa mesma data e horário para conseguir mais visibilidade e voz. E assim foi determinado o dia 9 passado como o Dia Nacional da Luta pelos Povos Guarani-Kaiowá.
Conforme o manifesto, diante dessa ameaça à vida e aos direitos humanos, a sociedade brasileira se mobiliza e se organiza em defesa desse povo que ao longo da história tem sido vítima de violência, maus-tratos, ausência de políticas públicas e descaso do governo federal.
A proposta era que no evento todos pudessem se comunicar e agir juntos, divulgar, compartilhar, convidar amigos, instituições, movimentos sociais, governos locais e todo tipo de organização que possa reforçar essa luta. Um detalhe importante: a proposta é que as manifestações sejam pacíficas e apartidárias.

Carta de socorro da comunidade Guarani-Kaiowá
Os índios da etnia Guarani-Kaiowá estão correndo sério risco de genocídio, com total omissão da mídia local e nacional e permissão do governo. Se você tem consciência de que este sangue não pode ser derramado, assine esta petição. Exija conosco cobertura da mídia sobre o caso e ação urgente do governo Dilma e do governador André Puccinelli para que impeçam tais matanças e junto com elas a extinção desse povo. Leia a carta:
“Nós (50 homens, 50 mulheres, 70 crianças), comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito Kue/Mbarakay, vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de despacho/ordem de nossa expulsão/despejo expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS conforme o processo número 0000032-87.2012.4.03.6006, em 29/09/2012 (...).
(...) Assim, entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio/extermínio histórico de povo indígena/nativo/autóctone do MS/Brasil, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminando as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que, por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça Brasileira (...).
(...) Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal, assim, é decretar a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e para enterrarmos todos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos e sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo de modo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo/indígena histórico, decidimos meramente em ser mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS”.
As adesões ao movimento podem ser feitas nos endereços www.avaaz.org/po/petition/Salvemos_os_indios_GuaraniKaiowa_URGENTE; http://www.avaaz.org/po/petiton/Salve_o_Patrimonio_Material_e_Imaterial_da_Humanidade/?cG1Jiab; e http://solidariedadeguaranikaiowa.wordpress.com/.

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