ESTATÍSTICAS apresentadas pela Polícia Rodoviária Federal, divulgadas quarta-feira, 10, sobre a Operação Carnaval 2016, registraram, entre os últimos dias 5 e 9, pelo menos, 1.429 acidentes, 150 deles, graves, 1.415 feridos e 94 mortos. Os dados preliminares apontam uma redução de 48% do número de acidentes nas rodovias federais durante a operação. Em 2015, (de 13 a 17 de fevereiro) foram 2.306 acidentes, 344 acidentes graves, 2.306 feridos e 97 mortos.
NO PERÍODO carnavalesco, policiais rodoviários trabalharam em pontos estratégicos, patrulhando vias e retirando infratores de circulação. Apesar do esforço de fiscalização e dos trabalhos de sensibilização em relação à bebida ao volante, 1.249 condutores foram flagrados dirigindo embriagados; 153 foram presos. E somente nesses cinco dias, 69.448 veículos foram flagrados com excesso de velocidade. A ultrapassagem proibida também foi alvo de fiscalização. Mais de seis mil condutores foram multados.
EMBORA louvável a redução durante o carnaval, críticos do governo afirmam que diminuíram as vítimas nos acidentes automobilísticos porque poucos motoristas conseguem andar a mais de 40 quilômetros por hora, em média, nas estradas brasileiras. O drama do transporte rodoviário não começou na era FHC, no governo Lula e nem será solucionado no governo Dilma. As estradas viraram desprezo dos governantes há anos e a resposta infelizmente consumirá bilhões do governo, por falta de continuidade dos que o antecederam.
FREQUENTEMENTE os governos lançam as conhecidas obras emergenciais para tapar buracos em milhares de quilômetros de rodovias nos estados brasileiros. Um buraco tapado hoje será novamente remendado em 2017. São obras que duram apenas um ano e custam milhões e milhões aos cofres públicos em todo o país. Cuidar das rodovias não passa, apenas, de mais uma obrigação do governo. É uma imposição da economia para o bem de toda a sociedade. É preciso estancar nossos males crônicos com medidas efetivas que contribuam com a população. E não com as conhecidas operações tapa-buracos que não resolvem o problema.
ANUALMENTE o sistema público de saúde registra milhares de feridos nestes acidentes, consumindo uma significativa parcela do orçamento e aumentando consideravelmente o número de hospitalizações. O sistema é sem dúvida um dos mais afetados pelas consequências desse quadro de “epidemia”. A vítima do trânsito, contudo, enfrenta problemas maiores. Ferimentos e lesões na maioria das vezes interferem diretamente na estrutura familiar, seja no quesito financeiro, ou em virtude da atenção dispensada no tratamento.
O DRAMA DAS estradas esburacadas também é sofrido em Nova Friburgo. Muitas estradas vicinais além da malha urbana estão necessitando de reparos com urgência. Pistas de reconhecida importância na cidade estão em péssimas condições de tráfego, podendo levar à ocorrência de acidentes por conta dos incontáveis buracos e dos estragos causados pela chuva.
O ESFORÇO do governo municipal, infelizmente, não tem sido suficiente para suprir as deficiências estruturais e depende fundamentalmente da ajuda do governo estadual e das verbas federais. Assim segue o Brasil tapando buracos, das estradas, do orçamento, dos hospitais, das favelas, das salas de aulas, das delegacias lotadas, num eterno remendo. E seguirá assim, enquanto o objetivo de quem circula nos corredores dos poderes for sempre a próxima eleição.
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