Luiz Gonzaga é homenageado em espetáculo teatral

O musical “Gonzagão – A Lenda” recebeu o Prêmio Shell 2012 de melhor música
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Luiz Gonzaga  é homenageado em  espetáculo teatral
Luiz Gonzaga é homenageado em espetáculo teatral

Agnes Lutterbach 

Quem escuta o choro da sanfona, a batida da zabumba e o tilintar do triângulo consegue identificar o que está sendo tocado: o forró pé de serra. O nome mais conhecido do gênero é Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. E o que seria o baião? Um subgênero dentro do ritmo nordestino que ganha cada vez mais o país, sendo seguido por diversas pessoas e estando presente nos corações de diversas gerações.

No dia 13 de dezembro de 2012, Luiz Gonzaga completaria 100 anos e para homenagear esse artista que revolucionou a música brasileira, o autor e diretor João Falcão foi convidado para criar o musical. Uma abordagem teatral, onde uma trupe está em cena, composta por oito atores (Adrén Alves, Alfredo Del Penho, Eduardo Rios, Fabio Enriquez, Marcelo Mimoso, Paulo de Melo, Renato Luciano, Ricca de Barros) e uma única atriz, Laila Garin. Durante o espetáculo, os atores se revezam em diversos papéis, assumindo Gonzaga em diversas fases da vida. 

A atriz Laila Garin diz que o centenário de Gonzagão foi um pretexto para a criação do musical. "O Rei do Baião fez muito pela sonoridade brasileira. Tornou o Nordeste conhecido, mostrou a cultura através das músicas. Ele merece ser homenageado”, afirma. Tem muita gente da nova geração que não conhece a história e nem a intensa obra deixada pelo artista. "Ele deu cara e estilo, propagou nacionalmente e internacionalmente o baião. Todo mundo conhece as canções e existem muitas em outras línguas”, comenta. 

Não é um musical biográfico, trata do mito que Gonzaga se tornou, passagens de sua vida, as histórias que viveu, momentos importantes e como ganhou espaço em diversas cidades. Saiu do município de Exu, em Pernambuco, e fez carreira no Rio de Janeiro. As histórias não são faladas, mas narradas através da música. Muitas canções fazem parte do enredo no espetáculo. Alguns trechos de "Baião” — "Eu vou mostrar pra vocês como se dança o baião e quem quiser aprender é favor prestar atenção” — são apresentados em inglês e japonês, mostrando que o mundo canta a cultura nordestina. 

A estrutura típica do forró constitui-se por três instrumentos: triângulo, zabumba e sanfona, mas a melodia do musical vai além, onde quatro instrumentistas atuam no palco: o percussionista Rick De La Torre, o violoncelista Hudson Lima, o rabequeiro e violeiro Beto Lemos, além do sanfoneiro Marcelo Guerini. O ator Paulo de Melo diz que "Gonzagão – A Lenda” é diferente dos musicais da Broadway. "Encenamos em um único ato, sem intervalos, durante 120 minutos. Temos a pluralidade das linguagens teatrais, as músicas estão a serviço da cena”, explica.

Foram dois meses de ensaio, um mês e meio de preparação vocal e corporal, conheceram duzentas músicas, aprenderam oitenta e cinquenta ficaram na apresentação "Foi muito de experimentação das canções, como os intérpretes se adaptavam, qual seria melhor para cada ator cantar. A parte mais difícil foi abandonar aquelas que nos marcavam”, relata o ator Fabio Enriquez. 

O cantor e taxista Marcelo Mimoso nunca tinha ido ao teatro, mas já tinha anos de experiência no forró, devido a sua grande voz, foi escolhido. "O João Falcão me viu cantando em um show na Lapa e perguntou se eu tinha interesse em participar. Claro que aceitei, é uma honra interpretar e cantar Luiz Gonzaga”, finalizou.

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