O caminho para vencer no esporte nem sempre é fácil, e as dificuldades valorizam ainda mais cada conquista. Luiz Eduardo Bessa, 30 anos, é um exemplo: atua na parte de planejamento da Petrobras, trabalha embarcado durante sete dias, mas não deixa a grande paixão de lado. Os 11 dias de folga são dedicados ao jiu-jítsu. "Nesse período, ou estou treinando junto com o pessoal do mestre Flávio Serafin, o Luiz Gabriel Venturino, Pedro Moneratt, Fabio Moraes e Robson Bravo, ou treino em Rio das Ostras com a galera do Renato Ferro. Também costumo treinar no Rio de Janeiro, na ABTT”, conta.
A carreira de Bessa teve início nos anos 2000, com a equipe de Léo Pitu, em Cordeiro. "Foram quatro anos com o Léo, e só depois passei a treinar com o Flávio, que é a minha referência no jiu-jítsu”, relembra.
Desde então, a dedicação ao esporte trouxe resultados expressivos, mas nenhum ano foi tão especial quanto 2013. "Consegui alcançar o pódio em todas as competições que eu participei”, ressalta. A sequência de conquistas começou com o tricampeonato estadual da Federação (o segundo consecutivo), passou pela segunda colocação do Campeonato Brasileiro, em julho, na cidade de Florianópolis, e teve continuidade com o título do Rio Internacional Submission Cup — projeto que reúne a Federação Esportiva e a Confederação Brasileira de Luta Livre — na categoria superpesado, além do vice-campeonato no absoluto (todas as categorias reunidas). "A pontuação desse estilo é um pouco diferente do jiu-jítsu, e a luta é mais voltada para o submission do ABCC.”
Para a disputa do Brasileiro sem quimono, promovido pela CBJJ, o atleta teve apenas uma semana de preparação ao retornar do serviço. Foi o suficiente para conquistar o bronze e entrar para o seleto grupo de friburguenses que conseguiu subir ao pódio na competição — além de Bessa, Pedro Moneratt e Luiz Gabriel Venturino alcançaram o feito. "Perdi a semifinal para o Breno Vellozo, que é um atleta sensacional. Ele é um dos poucos patrocinados pela Coral Fight, uma marca que só patrocina os faixas-pretas, sendo que ainda é marrom”, destacou.
Na quarta etapa do ranking estadual, que garante ao campeão uma vaga no Campeonato Europeu com todas as despesas pagas, Bessa disputa contra todos os faixas marrons, e ocupa a terceira colocação no geral. Paralelo ao sonho de representar o país no mundial do velho continente, um objetivo mais modesto: conseguir patrocinadores para seguir participando das competições em outros estados do país.
"Essa é a maior briga nossa. Já está melhorando, até porque saíram reportagens comprovando que depois do futebol o melhor esporte para investir é o jiu-jítsu, pela quantidade de campeonatos. Eu, por exemplo, tenho que agradecer aos apoios de Thiago Coelho e do restaurante do Gaúcho, em Macaé. A modalidade era vista negativamente por conta das brigas, mas essa realidade está mudando”, garante.
De fato, seguir carreira no mundo da luta é um desafio tão difícil quanto a pesada rotina de treinamentos. "Meu sonho é esse, e muita gente migra para o MMA exatamente pela oportunidade de ganhar dinheiro. Eu diria que 98% dos atletas escolhem a modalidade por isso. Mas se eu pudesse seguiria só a carreira no jiu-jítsu.”
Alguns lutadores já conseguem sobreviver apenas do esporte, que ainda não faz parte do quadro de modalidades dos Jogos Olímpicos. Entretanto, existem correntes favoráveis à inclusão do jiu-jítsu nas Olimpíadas, e apesar da idade relativamente avançada, Bessa ainda mantêm as esperanças de participar do maior evento esportivo do planeta.
"Dependendo do tempo, por conta da minha idade será tarde para disputar uma Olimpíada. Entretanto, não existe esse limite de faixa etária. Ainda dá para sonhar e construir uma carreira longa”, acredita.
Taekwondo une pais e filhos e promove saúde no encontro entre gerações de friburguenses
Pais e filhos unidos pelas artes marciais. O que na teoria parece improvável acontece na prática em Nova Friburgo, através do trabalho desenvolvido pelo professor Peter Saldanha na academia CAF. A atividade estimula a participação dos pais dos alunos junto aos filhos, contribuindo para a integração proporcionada pela prática do taekwondo.
"O taekwondo é uma arte marcial coreana que tem as raízes datadas a mais de dois mil anos, e traz inúmeros benefícios a seus praticantes, como, por exemplo, a melhoria no condicionamento físico do praticante, principalmente na condição cardiovascular. Além disso, colabora para a melhoria do conceito de lateralidade e da socialização, principalmente das crianças e dos jovens em geral”, destaca o professor.
Saldanha lembra que a modalidade, assim como as artes marciais em geral, não possui nenhuma ligação com a violência. Entretanto, torna-se fundamental a presença de um profissional capacitado, para incentivar e orientar sobre os benefícios proporcionados pela arte marcial. "Pelo contrário. A filosofia que está presente na estrutura pedagógica do taekwondo ensina sempre o caminho do bom senso, da disciplina e do respeito ao próximo. Por esta razão, a luta pode e deve servir como uma ferramenta de apoio à educação, pois a canalização da energia adquirida através dos exercícios físicos associado à aquisição de bons hábitos disciplinares com certeza ajudará para um melhor convívio da criança e do jovem adolescente dentro da escola e de sua própria casa”, reitera.
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