Longe da recuperação

segunda-feira, 06 de março de 2017
por Jornal A Voz da Serra

PELO 22º mês seguido, mais pessoas foram demitidas do que contratadas com carteira assinada. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na última sexta-feira, 3, pelo Ministério do Trabalho, o país fechou 40.864 postos formais de trabalho em janeiro. O número leva em conta a diferença entre admissões e demissões. 

A ÚLTIMA vez em que o Caged registrou saldo positivo foi em março de 2015, quando 19,2 mil vagas haviam sido criadas. Apesar do desempenho negativo em janeiro, o saldo foi melhor que no mesmo mês de 2015 e 2016, quando haviam sido extintas 99.694 e 81.744 vagas, respectivamente. 

NOS 12 MESES encerrados em janeiro, o país acumula o fechamento de 1,28 milhão de postos formais de trabalho. Em 2016, o país extinguiu 1,32 milhão de vagas com carteira assinada, com pequena melhora em relação a 2015, quando 1,54 milhão de empregos haviam sido extintos. 

A MEDIDA em que se afinam as pesquisas sobre o emprego no Brasil, atravessado por uma recessão que já dura três anos, mais os números surpreendem os que se interessam pelo mercado de trabalho, que hoje no país não são poucos, senão todos os trabalhadores. 

OS NÚMEROS do IBGE são crescentes a cada trimestre. No final do ano passado, havia 12,3 milhões de brasileiros procurando emprego. Um mês depois, no trimestre encerrado em janeiro último, esse número já tinha passado para 12,9 milhões, ou 12,6% da população. 

EM TEMPOS de crise, é comum que a força de trabalho do país aumente pela desocupação dos trabalhadores, já que a situação obriga a que mais pessoas saiam em busca de renda. Aquele contingente é formado pela soma dos grupos de empregados e desempregados. 

ESSE É O tamanho do potencial de trabalho que o país em parte está desperdiçando, por causa da recessão demorada. E a perspectiva, apesar dos sinais de melhora no crescimento, é o desemprego ainda crescer neste primeiro semestre, antes de dar início a uma recuperação.

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