A Maçonaria está em festa, e os maçons e seus familiares, membros das lojas de Nova Friburgo realizam neste sábado, 20, um encontro informal de confraternização. A celebração oficial está marcada para a próxima segunda-feira, dia 22, às 20h, na sede localizada na Rua Sete de Setembro 12, Centro, com palestra de Edmar José Bernabé sobre o Dia do Maçom. Também estão programadas a inauguração da Biblioteca Maçônica - que receberá o nome de Tales Rodrigues -, e lançamento da foto da senhora Dirce Lugon, pelo departamento feminino da instituição.
O presidente Juarez Manhães (Venerável Mestre da Loja Maçônica Indústria e Caridade de Nova Friburgo), enviou mensagem pela data desejando a todos os maçons que “o Grande Arquiteto do Universo - Deus - os iluminem com paz, felicidade e virtude. Só através do amor e tolerância podemos mudar o mundo que nos cerca. Desta forma, construiremos um mundo melhor para todos”.
Maçonaria em Nova Friburgo
Em 2 de janeiro de 1839, na então denominada Vila de Nova Friburgo, foi criada a Loja Maçônica Indústria e Caridade, um marco na história do município. Sua fundação contou com o apoio das principais autoridades públicas do país, e um empenhado Marquês de Lages - João Vieira de Carvalho. Ele foi diretor e comandante militar da futura Nova Friburgo, entre 1821 e 1822, e era conselheiro de Estado e ministro da Guerra, quando a Loja Maçônica foi criada no município.
A unidade de Nova Friburgo é uma das mais antigas em atividade no Brasil, sendo uma das 15 mais tradicionais entre milhares de lojas existentes no país. Chegou à localidade de Morro Queimado nos primeiros anos de seu povoamento, com os suíços, alemães e outros grupos de imigrantes, apenas 19 anos após a chegada dos primeiros suíços. Sua base foi sendo consolidada em reuniões de maçons da cidade do Rio de Janeiro, então capital imperial; de Niterói, capital da província; e de Vassouras, importante centro cafeeiro do país. Entre eles se encontrava Maurício José Guerra Gomes D’Aguiar, que presidiu a instalação da Loja, e foi eleito o primeiro Venerável Mestre (presidente).
As razões para a fundação de uma Loja Maçônica numa localidade pouco povoada, como o Morro Queimado, estão registradas em documentos da época: apontam, por exemplo, as de interesse político, já que as maiores autoridades imperiais eram maçons e assim se abririam as portas para, entre outras ações, a naturalização dos colonos estrangeiros; a repressão ao trabalho escravo; o desenvolvimento de pequenas indústrias artesanais, para aproveitar as habilidades e os costumes dos imigrantes; o incentivo à iniciativa particular; o estímulo à instrução cultural; e o desbravamento do vale do Rio Macacu e de outros, que eram recobertos pela densa Mata Atlântica e que serviam de refúgio a malfeitores que pilhavam tropeiros e mercadores da região.
Além das atividades assistenciais em prol da população carente, a Maçonaria sempre prestou ajuda a várias instituições beneficentes e a programas de incentivo à educação, inclusive em parcerias com outras entidades idôneas, para formação de uma juventude inserida nos contextos morais e éticos defendidos pela Maçonaria.
De acordo com seus membros, os trabalhos desenvolvidos ao longo de sua existência continuam até hoje: combate à poluição moral, à violência coletiva, à contaminação ambiental. Sempre agindo discretamente, a Loja Maçônica Indústria e Caridade é parceira de outras entidades na promoção do bem estar do indivíduo, além de priorizar ajuda a inúmeras famílias carentes e entidades que prestam relevantes serviços aos friburguenses. Enfim, segundo o presidente Juarez Manhães, “os maçons continuam empenhados em manter os ideais que incentivaram 12 ilustres homens a plantar em Nova Friburgo, em 1839, as sementes que germinaram e se tornou uma robusta árvore na floresta maçônica universal”.
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