Lixo eletrônico precisa ser corretamente descartado

Apesar da lei, lojas nem sempre recebem aparelhos eletrônicos
quarta-feira, 05 de setembro de 2012
por Amine Silvares
Lixo eletrônico precisa ser corretamente descartado
Lixo eletrônico precisa ser corretamente descartado

A evolução tecnológica tem feito com que o descarte de lixo eletrônico se torne cada vez mais intenso. Entretanto, sejam pilhas e baterias, celulares antigos ou com defeito, aparelhos de televisão ou computadores, há uma dúvida em relação ao despejo correto desses materiais. De acordo com a Lei 12.305/2012, artigo 33, a responsabilidade de recolhimento é dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, mas eles nem sempre cumprem a determinação.

A pouca divulgação desta resolução faz com que a maior parte da população não saiba o que fazer com esse tipo de material. Em Nova Friburgo, Carlos Alberto Siqueira, responsável pela coleta de lixo domiciliar pela EMBA, afirma que existe uma grande procura para descartar equipamentos eletrônicos antigos. “É um problema sério. As pessoas ligam e pedem informações, mas não podemos colocar no aterro, pois podemos perder a nossa licença. É um tipo diferente de lixo e precisa ter outro destino”, afirmou. Ele também contou que pneus e lâmpadas florescentes não podem ir para o aterro. “Estão tirando pneus do Rio Bengalas e nós não podemos receber. Isso é responsabilidade de quem vende”, informou.

Nas lojas que vendem celulares que foram consultadas pela reportagem, todas afirmaram receber aparelhos antigos, baterias e pilhas. O gerente Gustavo Silva afirmou que sua loja recebe uma grande quantidade de aparelhos. “Pilhas e baterias também, as pessoas sempre vêm deixar aqui”, relatou. No entanto, nas lojas que vendem produtos eletrônicos e seus componentes nem sempre fazem o recolhimento do material. Alguns dos gerentes entrevistados chegaram a afirmar que desconhecem a lei de descarte para resíduos sólidos. Sem alternativa, é comum achar TVs antigas e outros eletrônicos descartados ao lado das lixeiras das casas.

Lixeiras próprias nas ruas facilitam o descarte

No fim das ruas Portugal e Ariosto Bento de Mello existem lixeiras próprias para que sejam depositados celulares, baterias e pilhas velhas. A lixeira que ficava na Rua Eugênio Thurler, no entanto, foi furtada, de acordo com comerciantes locais. A coleta seletiva ainda é raridade na cidade e como o recolhimento de eletrônicos não é de responsabilidade da EBMA, espaços destinados a esse tipo de equipamentos são cada vez mais necessários.

Uma iniciativa interessante tem feito sucesso nas grandes cidades ao ajudar a achar pontos próximos para o descarte de aparelhos eletrônicos. No site www.e-lixo.org é possível encontrar e cadastrar endereços para descarte em qualquer cidade do país. Nova Friburgo ainda não tem nenhum ponto, mas os interessados podem divulgar a informação gratuitamente.

 

Ibama normatiza o uso e descarte de pilhas e baterias Agência Brasil

 

O controle sobre a fabricação, o uso e o descarte de pilhas e baterias é fixado em decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio da Norma Instrutiva número 8, publicada no último dia 4, no Diário Oficial da União (seção 1, páginas 153 e 154 do DO). Pela norma, há uma série de regras para o descarte, transporte, reciclagem e acondicionamento do material, assim como a determinação para que os fabricantes e importadores elaborem um relatório anual, informando em detalhes os procedimentos adotados.

Nas embalagens e manuais das pilhas e baterias, os fabricantes terão que informar sobre a adaptação às novas regras contidas na norma para o descarte e a reciclagem. O material deve ser descartado em coletas seletivas próprias, que podem ser encontradas em postos de vendas e em fábricas, mas jamais em lixos comuns.

No texto publicado aqui em AVS no último dia 4, há uma ressalva sobre a necessidade de usar símbolos, como o “x” sobre os recipientes de lixo, para evitar o descarte do material nesses locais. Pela norma, a coleta de pilhas e baterias descartadas deve seguir uma série de regras, como o acondicionamento, a frequência do recolhimento do material, a destinação e as empresas envolvidas.

O rigor também existe para o transporte do material, informando sobre os envolvidos no processo e os locais de origem e destino. As empresas envolvidas na etapa da reciclagem também são submetidas à norma fixada pelo Ibama. Devem ser informados os nomes das empresas fornecedora e responsável pela reciclagem, a destinação, o aterro utilizado pelas companhias e os procedimentos adotados no processo.

A preocupação das autoridades é com as ameaças à saúde e ao meio ambiente causadas pelas substâncias contidas nas baterias e pilhas. Nelas há, por exemplo, mercúrio, cádmio, chumbo, zinco-manganês e alcalino-manganês. Há estudos que mostram que algumas substâncias podem levar à anemia, a problemas neurológicos e ao desenvolvimento de câncer. No meio ambiente, o descarte das pilhas e baterias pode atingir os lençóis freáticos, o solo e a alimentação.

 

Equipamentos de computador: pode mandar para o Gilson

 

Eloir Perdigão

 

A reportagem com o técnico em informática Antônio Gilson Rodrigues de Oliveira, que recicla computadores, publicada na edição do dia 30 de agosto passado, repercutiu favoravelmente, com muitas ligações e mensagens de e-mail para a redação do jornal. Isto porque muita gente viu uma luz no fim do túnel sobre onde descartar equipamentos para computador, que tinha em casa ou no trabalho, e não sabia o que fazer: o Gilson os aproveita para montar novos computadores para doação.

Não deixa de ser uma novidade, até porque o máximo que se encontra pela cidade são pequenos coletores para pilhas, bateria e celulares. Como os equipamentos de computador são maiores, as pessoas preferiam deixá-los em casa do que simplesmente jogá-los fora, no lixo, o que, aliás, outros faziam por não terem alternativa.

O trabalho feito por Gilson abriu uma oportunidade para que muitos se desfizessem desse lixo eletrônico, acabando por ser, como citado na reportagem anterior, uma ajuda para os setores social e ecológico. Quem tiver esses equipamentos que aparentemente não funcionam mais, pode entregar ao Gilson em sua oficina, montada no terraço de sua casa, situada à Rua Waldemiro Banjar 541, no Catarcione. E ele aproveita tudo, e mesmo o que não serve para ele é separado e enviado para reciclagem, no Rio.

Os equipamentos podem ser monitores, impressoras, estabilizadores, cartuchos, roteadores, celulares, caixas de som, quase tudo. Além de doar os novos computadores que monta, o técnico também faz consertos e vende, convertendo os valores em cestas básicas, que distribui. Ele chega a doar de seis a oito computadores por ano.

Gilson faz seu trabalho de reciclagem de computadores nas horas vagas—manhã, almoço e noite, horários em que está em casa para receber o material, já que trabalha numa loja do ramo no centro da cidade. Assim ele se realiza, se sente satisfeito, ajuda pessoas, instituições e, consequentemente, o meio ambiente.

Os contatos com Gilson também podem ser feitos pelo telefone 9905-6817.

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