A obra de contos de ficção infanto-juvenil do escritor Hartmut Ernst Riedmaier, ex-membro da AFL, falecido ano passado, é uma homenagem póstuma de sua filha, Karla. O livro conta histórias e lendas sobre o surgimento da Pedra do Cão Sentado e do Véu das Noivas, além de aventuras de quatro amigos em pontos turísticos de Nova Friburgo. Na última página, o leitor dispõe do queer code para ver e ouvir a música “Nova Friburgo em Rap”, autoria do escritor - que já está tocando nas rádios e disponível no YouTube.
O lançamento do livro Histórias do Pai Timuti, edição idealizada por Karla Riedmaier, para comemorar os 200 anos de Nova Friburgo, conta com a participação especial da escritora Ania Kitilla Gevezier, do Anexo Jovem da Academia Friburguense de Letras (AFL), será neste sábado, 28, a partir das 15h. O evento será realizado na Sala de Concertos da Oficina Escola de Artes (antigo Fórum), na Praça Getúlio Vargas, Centro. A partir das 16h, haverá contação de histórias.
“O livro é uma coletânea de histórias do meu pai sobre Nova Friburgo, como, por exemplo, as lendas sobre o Cão Sentado e o Véu das Noivas, com histórias de pontos turísticos, e a fundação de Nova Friburgo que é o tema do rap. Essas histórias já haviam sido publicadas, mas separadamente. Minha amiga Ania Kitilla, afilhada do meu pai na Academia, o homenageia com um conto inédito”, revelou Karla, que também é autora de uma das histórias. Ela e Kitilla vão autografar os livros na tarde do lançamento.
Agradecida a “todos os anjos que encontrei pelo caminho e que tornaram este projeto possível”, Karla faz uma reverência especial a Deus “por ter me concebido a benção de ser filha de um homem tão extraordinário como Hartmut Ernst Riedmaier”, e lembra que o pai teria completado 80 anos no último dia 2 de abril.
O escritor segundo os colegas da Academia
Sob o título “Histórias do amigo Hart”, o escritor e acadêmico Ordilei Alves da Costa considera que “escrever para o público infantojuvenil é tarefa para poucos”. E fala de sua admiração pelo colega de letras: “Muito mais do que a capacidade literária, há que ter, principalmente, sensibilidade, coisa que sempre sobrou no escritor e poeta Hartmut Riedmaier. Eu, friburguense da geração dele, me deliciei com a sua criatividade ao falar do surgimento da Pedra do Cão Sentado e do Véu da Noiva, criando lendas infantis cheias de encantamento… como as peripécias de Abobrinha, Tomatinho, Fradinho, Cabeçudo, principalmente quando este caiu dentro do ‘perigoso’ Rio Bengalas”.
No prefácio do livro, a presidente da AFL, Tereza Malcher escreveu: “Nosso Hart teve asas. Foi uma borboleta que pousou na literatura para escrever suas poesias, histórias e lendas. É uma esperança que está nos ombros de todos nós”. E lembra contos do autor para crianças, como Sítio Bem-Me-Quer, No Parque de Furnas, Visita Desastrosa, entre outros, inclusive como compositor de rap. “Hartmut finaliza nos convidando à viajar pela criação de Nova Friburgo, com a vinda dos suíços. - Escuta amigo, escuta irmão / essa é a história da nossa criação”.
O escritor e acadêmico Robério José Canto deixou registrado na segunda orelha do livro, um depoimento emocionado, do qual extraímos alguns trechos: “Guimarães Rosa disse que as pessoas não morrem, ficam encantadas. Essa verdade fica evidente quando pensamos em Hartmut… Ele, que tanto nos encantava com seu jeito a um tempo sério e bem humorado, gentil e exigente. Os valores éticos que orientavam sua vida, cada uma de suas ações, transparecem na obra do contista, romancista e poeta que ele foi. Ao falarmos de Hart, nos venha à lembrança o que ele foi, o que ele realizou, o que ele deixou como exemplo. Razões pelas quais ele permanece encantado na memória dos que o conheceram, amaram e amam”.
Deixe o seu comentário