O preço do litro da gasolina comum disparou em alguns postos de combustíveis de Nova Friburgo. Na sexta-feira, 1º, o posto da Avenida José Ruiz Boléia, no Centro, estava cobrando R$ 5,09 pelo litro da gasolina comum. A poucos metros dali, em um posto na Praça Getúlio Vargas, o litro estava saindo por R$ 4,75. É a primeira vez este ano que o valor da gasolina ultrapassa a casa dos R$ 5 na cidade, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
“Está caro demais, mas estou acostumado a abastecer aqui. Confio no posto. Tenho certa desconfiança com postos que cobram muito barato. Em outro posto que costumo abastecer estava R$ 0,05 mais barato. Pouca diferença. Acredito que na próxima semana o preço caia”, disse o comerciante Luís Cláudio Lima enquanto aguardava sua vez na fila.
Na próxima semana, deve cair em R$ 0,46 o preço do litro do diesel nas bombas em todo o país. Alguns postos que receberam o combustível nos últimos dias já começaram a praticar o novo valor. Na sexta-feira, 1º, o governo federal anunciou que publicaria a portaria no Diário Oficial com as normas da medida, que prevê multa milionária e até interdição para postos que descumprirem a determinação.
Os postos terão de fixar uma placa com o preço do diesel praticado em 21 de maio, dia em que se iniciou a greve dos caminhoneiros, mas cobrar valor com o desconto R$ 0,46 – dos quais R$ 0,30 serão subvencionados pelo governo, que compensará a Petrobras, e R$ 0,16 resultado da eliminação da incidência dos tributos Cide e PIS-Cofins sobre o diesel. Depois dos primeiros 60 dias, a Petrobras revisará o valor do litro do diesel e, depois disso, as revisões serão feitas a cada 30 dias.
O abastecimento de combustíveis deve ser normalizado na cidade na semana que vem, disseram alguns revendedores. Até a sexta-feira, 1º, ainda havia postos com as bombas secas ou com a oferta de somente um tipo de combustível. Em horários de maior movimento, filas de motoristas se formaram nos postos, mas menores que nos dias posteriores ao fim da paralisação dos caminhoneiros.
Para o governo, a maioria das promessas feitas para a categoria encerrar a paralisação foi cumprida. Entre elas, a isenção da cobrança de pedágio do eixo suspenso (a medida já é cumprida pela Rota 116, concessionária que administra o trecho da rodovia que corta Nova Friburgo), a reserva de 30% da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para contratações de caminhoneiros autônomos e a tabela do preço mínimo do frete.
Feira salgada
Em sacolões da cidade, que na primeira semana da greve dos caminhoneiros tiveram que fechar as portas por falta de produtos, a alta nos preços continua sendo repassada aos clientes. O custo do quilo de alguns itens antes escassos quadruplicaram esta semana. Mesmo assim os estabelecimentos estavam cheios na última sexta-feira, 1º.
A batata inglesa, por exemplo, que havia desaparecido das prateleiras, reapareceu custando R$ 4,99 em sacolões da Praça Getúlio Vargas. Antes da paralisação, o consumidor encontrava o mesmo produto por R$ 0,99 o quilo. A cenoura, de R$ 2,99, subiu para R$ 4,99. O chuchu aumentou R$ 1. O tomate, R$ 2. Alho e cebola também subiram R$ 2. Verduras não tiveram muita variação no preço. Outros frutas e legumes, como banana prata e abóbora, continuam sumidos.
O ovo, outro personagem da semana que voltou a aparecer nos mercados, também ficou caro. A dúzia do ovo branco é encontrado a R$ 5,99. “Eu não vou comprar porque está caríssimo. E eu só como ovo caipira. Esse não tem. Não vou levar. Vou ficar mais uma semana sem comer omelete”, comentou a aposentada Lucília Gonçalves ao lado do marido em um sacolão movimentado na Praça Getúlio Vargas.
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