Linhas cruzadas: falta de sinalização gera caos e provoca acidentes

De acordo com população, batidas e atropelamentos são frequentes no local
terça-feira, 14 de julho de 2015
por Dayane Emrich
Cruzamento é conhecido pelo alto índice de acidentes (Foto: Amanda Tinoco)
Cruzamento é conhecido pelo alto índice de acidentes (Foto: Amanda Tinoco)

Um dos grandes problemas enfrentados por moradores de metrópoles é o caos no trânsito, um constante roncar de motores e soar de buzinas. Motos, ciclistas e pedestres ocupando o mesmo espaço. Entretanto, embora esta pareça uma realidade apenas de grandes cidades, municípios como Nova Friburgo também sofrem com a falta de mobilidade urbana.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só em nosso município são 69.695 automóveis, 3.622 caminhões, 10.253 caminhonetes e 17.892 motocicletas circulando pelas ruas. Isso sem falar dos tratores, ônibus, motonetas e utilitários. Essa grande quantidade de veículos, é claro, reflete no trânsito.
Em Conselheiro Paulino, um dos maiores e mais populosos distritos da cidade, não faltam exemplos de trechos onde circular de carro é um verdadeiro desafio. Um deles é a confluência entre as Ruas Benjamin Constant, Joaquim da Rosa Pinheiro (subida para o Jardim Califórnia), Avenida dos Ferroviários e Clarindo da Rosa Teixeira, as quais desembocam na José Alvarez Gomez.

No local, não há placas nem tampouco sinalização semafórica, o que provoca ainda mais desordem. É o que explica o comerciante Jonathan da Silva Cardoso, de 25 anos. “São seis ruas, se formos contar também a Thurler. O movimento aqui é muito intenso e o dia todo, das 6h às 21h. E com essa confusão, as batidas são comuns. Acidentes pequenos, geralmente sem feridos,  acontecem pelo menos uma vez por semana”, disse ele, acrescentando que “deveriam ser instalados sinais de trânsito. Isso ajudaria a organizar um pouco essa bagunça”, comentou.

Outro problema destacado por quem passa diariamente pelo local é a falta de faixas de pedestres. “Temos muitas lojas, confecções e colégios nessa região, ou seja, o fluxo de pedestres é muito grande, mas não existem faixas. Não sei como ainda não aconteceu nenhum acidente mais grave. Isso aqui é um verdadeiro caos”, disse Cristiane Medeiros de Souza, de 60 anos. Ela conta ainda que recentemente uma senhora foi atropelada ao atravessar enquanto o único semáforo — que dá acesso a Avenida Governador Roberto Silveira — estava fechado. “Ela foi passar e uma moto veio pelo corredor e a atingiu. Sorte que não foi nada grave”, comentou.  

Moradores e motoristas que passavam pelo local e preferiram não se identificar também reclamaram que, devido ao trânsito tumultuado, chegar ao local de destino fica cada vez mais difícil. “Em horários de pico, como às 17h, forma-se uma fila enorme e fica tudo congestionado. Às vezes num trecho que seria normal ser feito em cinco minutos eu levo mais de meia hora”, exclamou um deles.  
 
Desrespeito 

Quando a falta de sinalização não é o problema, a imprudência e o desrespeito garantem a continuidade dos riscos. Em visita ao local, na tarde da última segunda-feira, 13, a equipe de A VOZ DA SERRA flagrou um veículo estacionado indevidamente (veja foto) na Avenida Clarindo da Rosa Teixeira, bem embaixo da placa de regulamentação que indica proibido parar e estacionar. Além disso, a única sinalização referente ao cruzamento encontrada no trecho, como também mostra a foto, está encoberta por uma árvore.  
Questionada pelas falhas de segurança no cruzamento, a Prefeitura informou em nota que “devido às obras do PAC no Rio Bengalas, projetos de sinalização e melhorias do trânsito estão temporariamente paralisados, mas, assim que os veículos de grande porte deixarem o local, a Secretaria poderá implantar essas melhorias, que são reivindicações de moradores e comerciantes”.  

 

  • Problemas no calçamento ameaçam pedestres (Foto: Amanda Tinoco)

    Problemas no calçamento ameaçam pedestres (Foto: Amanda Tinoco)

  • Motorista estaciona em local indevido (Foto: Amanda Tinoco)

    Motorista estaciona em local indevido (Foto: Amanda Tinoco)

  • Única placa que faz referência ao cruzamento está encoberta por uma árvore (Foto: Amanda Tinoco)

    Única placa que faz referência ao cruzamento está encoberta por uma árvore (Foto: Amanda Tinoco)

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