Vinicius Gastin
O Nova Friburgo Yetis já conhece o primeiro adversário na corrida pelo bicampeonato da Liga Fluminense de Futebol Americano. A estreia será no dia de 27 de julho contra o Itaperuna Giants United, às 14h, no campo do Botafoguinho (RJ-150, km 3,5, Alto da Chácara do Paraíso). O confronto marca a abertura da LiFFA 2014 e a entrada para assistir aos jogos é franca.
A competição deste ano será dividida em três conferências — Sul, Central e Norte —, e os "homens de gelo” terão Giants Unites, de Itaperuna, e Macaé Oilers como adversários. A equipe friburguense treina regularmente desde o início do ano e recentemente realizou um camp para aprimorar o entrosamento entre os jogadores. Até o momento, foram disputados dois amistosos. O Yetis venceu Macaé Oilers e Niterói Federals, e novos atletas foram testados para integrar a equipe na competição estadual.
"Aproveitamos para testar os novatos, para que eles possam sentir a pressão de disputar um jogo contra outra equipe. Planejamos fazer uma boa pré-temporada neste ano e executamos tudo muito bem. Acho que vamos chegar à Liga ainda mais fortes”, aposta o presidente, Bruno Ceccon.
O Yetis manteve a base do ano passado e recebeu o reforço de alguns jogadores aprovados no chamado Try Out — uma espécie de teste. O último evento do tipo foi ainda no início deste ano, onde 32 atletas participaram da peneira que incluiu testes físicos, técnicos e táticos. "Ao todo, 49 atletas se inscreveram para participar do evento e 19 foram aprovados para compor o nosso elenco. Agora já temos pelo menos dois jogadores para cada posição. Ano passado, nós tínhamos um elenco incompleto e agora já contamos com 49 atletas. Temos atletas de Rio das Ostras que estão jogando com a gente”, ressalta Bruno.
A estrutura de viagens, local de treino e de jogos foi mantida. A diretoria do Botafoguinho, da Chácara do Paraíso, voltou a liberar o espaço para o futebol americano, e a parceria prossegue nesta temporada. O Yetis planeja investir no espaço e promover algumas melhorias na estrutura do local. "O Botafogo tem uma estrutura muito boa de bar, vestiários, arquibancada. Queremos, inclusive, fortalecer a parceria e melhorar o espaço futuramente. Tem o campo de rugby que será construído, mas não terá as dimensões oficiais para as nossas partidas. Os jogos do nosso esporte duram três ou quatro horas e não é fácil conseguir um clube que aceite essas condições.”
Time de Nova Friburgo mantém a base, mas terá novos jogadores este ano
Campo do Botafogo, na Chácara do Paraíso, será novamente a casa do Yetis na LiFFA
Cristiane Azevedo tem bom desempenho em maratona de Ubá
O processo de recuperação física de corredora friburguense Cristiane Azevedo prossegue a todo o vapor. E os resultados recentes mostram que a atleta está no caminho certo. No fim do mês de junho, Cristiane participou de uma competição em Ubá, Minas Gerais, e alcançou a quarta colocação no geral entre 300 competidores. Destes, 150 eram mulheres. Cristiane completou os 5 quilômetros em 21 minutos e 10 segundos.
A prova reuniu atletas do Rio de Janeiro e, especialmente, de cidades mineiras próximas a Ubá. A vencedora na categoria da friburguense foi Jéssica, atleta do Projeto Vale de Ouro. A quarta colocação foi bastante comemorada por Cristiane Azevedo, que já conseguiu emagrecer mais de 20 kg — quatro deles desde o início deste ano. De acordo com Reginaldo Azevedo, treinador da atleta, o objetivo é atingir os 60 kg — considerado o peso ideal — até o fim de este ano.
Cristiane (primeira à esquerda) comemora a quarta colocação no pódio
A goleada fora de campo
Vinicius Gastin
A Copa do Mundo no Brasil termina este fim de semana e pode ser considerada um sucesso dentro dos gramados. De fato, deixará saudades. Jogos de bom nível, muitos gols e momentos marcantes. Foram várias as surpresas, a principal delas a Costa Rica. Antes apontados como o "patinho feio” dentro de um grupo com Itália, Inglaterra e Uruguai, os costarriquenhos deixaram o Mundial sem perder uma partida sequer (foram eliminados nos pênaltis). Esse é o reflexo de um país que nos últimos anos diminuiu os investimentos na área militar, por exemplo, e passou a investir em desenvolvimento sustentável. E o esporte é um aliado nesse processo.
Italianos e espanhóis deixam o Brasil com a certeza de que chegou o momento de recomeçar. A renovação na Itália, inclusive, deve começar dentro do campeonato nacional, minado pela situação financeira delicada dos clubes e pela falta de credibilidade depois dos recentes escândalos de armação de resultados. A Inglaterra mudou e, apesar da campanha ruim, apresenta boas perspectivas para evoluir. Outras seleções já demonstraram tal evolução, a exemplo de Colômbia e Chile. A Holanda, de certa forma, surpreendeu. Robben, talvez, seja um dos grandes nomes do mundial. Dentre os africanos, um diagnóstico semelhante ao de mundiais anteriores: muita transpiração e pouca inspiração.
Ao Brasil resta uma reflexão profunda. Os 7 a 1 sofridos contra a Alemanha são o retrato de uma sequência de erros. Dentro de campo — a Seleção praticamente não treinou, o esquema não funcionou, o meio-campo foi pouco criativo e o time de Felipão em momento algum convenceu — mas principalmente fora das quatro linhas. O que aconteceu durante as partidas deste mundial é apenas a consequência de uma gestão incompetente e inoperante de quem administra o futebol nacional.
Quando Scolari escolheu os 23 convocados, não houve discussão. Ninguém questionou a lista do treinador. Os protagonistas brasileiros nessa Copa tinham 22 anos, e uma enorme responsabilidade que não deveria ser deles, e sim da geração de Kaká, Robinho, Luis Fabiano, Ronaldinho Gaúcho e outros que não se desenvolveram na plenitude. Nesse meio tempo, poucos talentos surgiram.
A maior derrota da Seleção Brasileira não foi a goleada sofrida contra os alemães. Estes, aliás, são exemplos de organização, competência e seriedade. Enquanto a Alemanha investe na base, na descoberta de novos talentos pelo país, na prosperidade dos clubes e no campeonato alemão (onde a taxa de ocupação dos estádios é de 98%), o Brasil elitiza o futebol, enfraquece o interior e privilegia 100 times que possuem calendário completo de jogos. Outros mais de 400 jogam no máximo cinco ou seis meses por ano. A Lei Pelé deixa os clubes reféns de empresários. O negócio está à frente do esporte. Não se discute futebol, tática ou treinamentos. Talvez não seja interessante.
Scolari e Parreira foram os grandes escudos da CBF para tentar esconder a realidade. O maior culpado não é Fred ou qualquer outro atleta. O diagnóstico é mais profundo. Está estampado na situação caótica dos clubes e na Seleção sem identidade. Apenas quatro dos 23 jogadores escolhidos por Felipão atuam no Brasil. Que esta derrota possa servir de lição e motivar uma reestruturação. Ou teremos que nos acostumar com novos vexames. Dentro e fora de campo.
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