Com o constante crescimento do número de casos de febre amarela na região, Nova Friburgo e cidades vizinhas têm criado estratégias para evitar novas ocorrências. Resultado disso é que, normalmente, a população acaba esquecendo que existem outras doenças que também merecem atenção. É o caso da dengue.
Apesar da expressiva queda do número de casos no ano passado, depois de uma epidemia que assustou a população em 2016, a cidade não está livre da doença. A prova disso é o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (Liraa). De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, o último Liraa realizado em Nova Friburgo, em janeiro deste ano, apontou 1,9% de infestação do mosquito. O número pode parecer insignificante, mas não é. Isso porque, de acordo com as Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, lançada em 2009, a porcentagem acima de 1 já é considerada alerta. Esses parâmetros para classificação de infestação pelo Aedes aegypti também consideram dados abaixo de 1% satisfatórios e acima de 3,99%, risco.
Também de acordo com o governo municipal, Nova Friburgo registrou casos de friburguenses com dengue este ano, o balanço com o número exato de casos, entretanto, ainda não foi consolidado. O município informou ainda que o próximo Liraa está previsto para acontecer em maio, conforme calendário pré-estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde.
Eliminando os focos
A dengue não é uma doença transmitida de pessoa para pessoa, mas a ação humana faz total diferença na disseminação ou redução do mosquito Aedes aegypti. A prefeitura de Nova Friburgo, por meio da Secretaria de Saúde, informou que os trabalhos contra a dengue são realizados durante todo o ano, e não apenas no período sazonal, através das ações de combate ao vetor da doença em pontos estratégicos, como orientações e realização de visita domiciliar.
Ainda de acordo com a subsecretária de Vigilância em Saúde, Fabíola Braz Penna, os cuidados que a população deve ter para evitar a dengue são os velhos conhecidos de todos. "É importante que o cidadão reserve dez minutos por semana para vistoriar seu ambiente doméstico e eliminar todo e qualquer recipiente com água parada e evitar, desta forma, a proliferação da doença”, alerta Fabíola.
Com as fortes chuvas dos últimos dias, é preciso redobrar ainda mais a atenção. Para casos de denúncia de locais com água parada a população pode entrar em contato com a Vigilância Ambiental pelo telefone (22) 2543-9263. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 8h às 17h.
Aprendendo a diferenciar as doenças
A dengue e a febre amarela são duas das doenças infecciosas mais comuns da atualidade. Não bastasse esse detalhe, os sintomas iniciais das duas são bem parecidos. Mas a partir do segundo ou terceiro dia, o vírus procura os órgãos pelos quais tem afinidade e então os indicativos de infecção se tornam mais característicos.
O sintoma mais específico da febre amarela, por exemplo, é a icterícia, ou seja, a coloração amarelada da pele e do branco dos olhos. Mas na fase inicial, a doença também inclui o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos mais graves, também há sangramento por boca, nariz e olhos, além de fortes dores abdominais, afetando órgãos como estômago, fígado e rins.
Já no caso da dengue, os principais sinais da doença também são dor de cabeça; febre súbita e alta; dor atrás dos olhos; náuseas e vômito; moleza e cansaço; Mas nesta doença, em vez da coloração amarelada, o paciente pode apresentar manchas vermelhas, parecidas com sarampo, na pele; além de dor nos ossos e nas articulações. Nos casos mais graves da doença, o paciente ainda pode apresentar sinais de desmaio, náusea que o impede de se hidratar pela boca, falta de ar, tosse seca, fezes pretas e sangramento.
Além desses detalhes, é preciso ficar atento a outras diferenças que podem ajudar a distinguir a febre amarela da dengue:
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