Laudo indica que ainda há risco de desplacamento de pedras no Três Irmãos

Geólogas recomendam continuar obras de contenção e construção de um sistema de drenagem
sexta-feira, 19 de julho de 2019
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
A vistoria das geólogas (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)
A vistoria das geólogas (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)

O laudo da visita das duas agentes do Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro ao Loteamento Três Irmãos, no distrito de Conselheiro Paulino, em fevereiro deste ano, aponta que a região ainda tem risco de desabamento. A VOZ DA SERRA teve acesso ao documento que mostra a necessidade de se realizar obras estruturais na localidade para prevenir novos desplacamentos de pedras do alto de uma encosta.

No dia 4 de fevereiro, placas de pedras se desprenderam de um rochedo no Loteamento Três Irmãos. Não houve vítimas. A área foi isolada, de maneira preventiva, e continua sendo monitorada. Três dias após o ocorrido, duas geólogas do Estado estiveram na localidade para averiguar o desplacamento das pedras. Por pouco mais de duas horas, as geólogas fizeram uma vistoria completa no local, indo desde a base até o ponto em que houve a queda das placas.

O laudo expedido informa que, além das características geológicas-geotécnicas do rochedo, deve-se levar em consideração a abrupta variação térmica que a localidade suportou durante o verão, com temperaturas altas durante o dia e quedas bruscas durante as madrugadas, o que o relatório classificou como “comuns às áreas serranas”. As agentes explicam ainda no laudo que essa influência de variações térmicas provoca um efeito de expansão e contração da rocha em um curto intervalo de tempo. “A combinação desses fatores e agentes predisponentes corroboram com a fragilização do material exposto, sendo assim um processo natural de intemperismo físico, comum na evolução geomorfológica do relevo”.

Ainda segundo o laudo, “considerando as visíveis lascas rochosas em ameaça de queda, as obras realizadas e as retiradas de solo e tálus da base da encosta, conclui-se que a área ainda possui alto grau de risco de novos desplacamentos. A rua a oeste teve seu risco minimizado pelas obras de drenagem, restando agora risco médio de escorregamento de solo de rocha”.

O laudo sugere como medida a longo prazo, a continuação das obras já iniciadas na encosta para toda a região rochosa do maciço, complementadas com um sistema de drenagem. “Na parte oeste da rua, onde existe risco de escorregamento, sugere-se a complementação do muro de contenção junto a rua. Ressalta-se ainda a necessidade de controle de novas construções, o que, se acontecer, poderá resultar no agravamento do grau de risco já existente”.

O que diz a prefeitura

 A Secretaria Municipal de Obras de Nova Friburgo já acionou o Estado questionando a continuidade da obra, já que obras complexas, como de contenção em encostas e maciços rochosos são feitas, desde 2011, com recursos estaduais ou até mesmo federais.

 

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