Nova Friburgo já começa a viver o clima do 8º Festival de Inverno, que este ano passará a ser internacional, com atrações de países como Cuba, Venezuela, Espanha, França, Rússia, Japão, Portugal e Canadá. Lançado oficialmente na noite de terça-feira, 30, no Teatro Municipal do Suspiro, o festival já começa a movimentar a vida cultural da cidade.
A grande novidade é que ele volta a ser realizado no Nova Friburgo Country Clube, cenário que o tornou conhecido em todo o país e de onde nunca deveria ter saído. Volta, também, a seu formato original, com ênfase na música clássica, mas sem deixar de lado a MPB de qualidade reconhecida.
Este ano, o Festival de Inverno volta a ter também a assinatura de Miriam Dauelsberg, da Dell’Arte. A principal atração será a ópera Carmina Burana, pela Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com mais de 300 componentes. Esta ópera está sendo ensaiada para a reabertura do Teatro Municipal, que está completando cem anos, mas como as obras não foram concluídas, a avant-première acontecerá mesmo em Friburgo. Sorte a nossa.
Além da orquestra, a Dell’Arte só anunciou até agora o show da cantora Vanessa da Matta e o concerto do pianista Arthur Moreira Lima, mas tem mais coisa quente, quentíssima, por aí, a ser confirmada até sexta-feira, 3.
O Festival de Inverno vai durar 15 dias e será realizado de 16 a 27 de agosto, com todos os espetáculos gratuitos. Serão mais de 14 eventos de música clássica e, além das atrações nacionais e internacionais, haverá um lugar de destaque para os músicos de Nova Friburgo.
Na solenidade de lançamento do festival, foi exibido um vídeo sobre Nova Friburgo, destacando as maravilhas da terra. O Secretário Geral do governo, Braulio Rezende, aproveitou a ocasião para mostrar o resultado do trabalho realizado nos seis primeiros meses de governo e o resgate do talento dos friburguenses que acontecerá durante o festival.
Os músicos Vítor Ludolf, Edu Quintanilha, o grupo Talum e o conjunto vocal Tom sobre Tom abrilhantaram a noite. Depois do Hino a Nova Friburgo, o secretário de Cultura, Roosevelt Concy, contou como tudo começou. “Fui procurado por dois músicos jovens, o friburguense Rocyr Abbud, recém-chegado de uma temporada em Paris, e Claudio Dauelsberg, para saber da possibilidade de criar um festival de inverno de Friburgo. Aderi de imediato à proposta, desde que eles conseguissem envolver a Miriam, da Dell’Arte, um dos nomes mais representativos da cultura musical deste país”, lembrou. “Foi ela a responsável por notabilizar o Brasil no cenário internacional”, declarou.
Roosevelt acentuou a importância da parceria da Energisa, que viabilizou a realização do 8º Festival de Inverno e fez um apelo aos empresários locais para que também abracem o evento, que conta com o apoio do governo do estado, através da lei do ICMS e do Ministério da Cultura, através da lei Rouanet
A Dell’Arte é uma referência no cenário musical e responsável por trazer ao Brasil o Balé da China, o Balé Bolshoi, Placido Domingo, Pavarotti e várias filarmônicas, entre outras atrações. Miriam Dauelsberg destacou a beleza e a acústica do teatro municipal, afirmando que poucas cidades do Rio de Janeiro podem se orgulhar de ter um teatro tão bonito, de tamanha qualidade e bom gosto. “Voltar a Friburgo representa reviver gratas lembranças do passado, a certeza de ter plantado uma sementinha de amor à música clássica e formado, aqui, um público jovem para este tipo de música”, ressaltou.
O prefeito Heródoto Bento de Mello encerrou a noite lembrando que há cem anos Nova Friburgo tinha apresentações de ópera todos os dias no Theatro Dona Eugênia. “Já tivemos isso em Nova Friburgo e queremos voltar a ter”, afirmou. “O povo tem uma sede imensa de cultura, sabe dar valor a ela, é só chamar que ele vai”, concluiu.
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