Eloir Perdigão
Nova Friburgo tem alguns bairros que os moradores não deixariam de jeito nenhum. Um desses lugares é a Lagoinha. E é justamente a tranquilidade e o verde abundante ao redor que faz dos moradores eternos apaixonados pelo bairro. Apesar do cenário bucólico, a Lagoinha apresenta alguns problemas que prejudicam a rotina da comunidade.
Na Rua Sebastião Antônio Teixeira, por exemplo, há um buraco devido ao rompimento do esgoto. Esse tipo de problema tem sido resolvido com certa rapidez pela concessionária Águas de Nova Friburgo, como atestam os moradores. Mas surgem com frequência como o encontrado pela equipe de reportagem antes de ser consertado pela concessionária.
Uma reclamação quase unânime entre os moradores da Lagoinha é a falta de abrigo no ponto de ônibus localizado em frente à escada do bairro. Durante as chuvas de 2007, ele foi destruído por uma barreira e até hoje não foi refeito. A comunidade se queixa dos transtornos provocados pela falta de proteção nos dias de chuva e solicita à Prefeitura que refaça o abrigo.
E por falar em ônibus, há queixas quanto ao horário das linhas que atendem ao bairro, que andam irregulares, principalmente nos horários do fim da tarde e à noite. Isto tem prejudicado muito os trabalhadores no retorno às suas casas, conforme as queixas ouvidas pela equipe do jornal.
Devido ao excesso de umidade existente no bairro, os moradores da Rua Sebastião Antônio Teixeira pedem que a Fábrica de Filó refaça um serviço executado há oito anos, que é a poda de eucaliptos na Rua José Antônio Teixeira. “Do jeito que está, as roupas levam até cinco dias para secar, sem contar o frio que faz no local”, reclama uma moradora.
A maior reivindicação dos moradores da Lagoinha é o calçamento de cerca de 300 metros da Rua José Antônio Teixeira, que permitiria o contorno dos veículos que circulam pelo bairro. Facilitaria principalmente para os motoristas do ônibus, que não mais precisariam manobrar nas estreitas ruas do centro do bairro.
Os moradores também pedem à Prefeitura a roçada e limpeza do Córrego do Relógio, que está repleto de mato e infestado de ratos e insetos. Há quem garanta que até cobras aparecem às margens.
Lazer
A Lagoinha tinha dois hotéis, o que ainda gerava um certo movimento no bairro. Mas os dois já não funcionam mais. O Olifas, de propriedade da Fábrica de Filó, que estava arrendado, está desativado há 15 anos. O Floresta não funciona mais há cinco anos, com problemas na Justiça. Até hoje os dois hotéis são procurados por turistas, que ao serem informados da sua inatividade lamentam a situação, pois gostavam de se hospedar ali.
Por outro lado, o Clube Olifas continua funcionando, garantindo o lazer no bairro. Para desfrutar do espaço é preciso ser sócio. Os funcionários da Fábrica de Filó são associados automáticos. O mesmo pode acontecer com os demais interessados da comunidade. Basta que paguem a mensalidade de R$ 42 para famílias ou R$ 21 individualmente. O clube dispõe de piscina, sauna, campos de futebol society e vôlei, churrasqueiras, parquinho infantil, jardins e salão de bailes. Toda noite de sexta-feira o clube realiza um baile.
No entanto, alguns moradores reclamam do movimento de saída desses bailes, lá pelas duas horas da madrugada. Lamentam o barulho, gritos, buzinas. Nada que não possa ser resolvido se a Rua José Antônio Teixeira for pavimentada e os frequentadores do baile passem a utilizá-la, evitando o centro do bairro.
Outra queixa da comunidade é a necessidade de reparo do parquinho infantil existente na pracinha do bairro e a recolocação das lâmpadas em dois postes ali existentes.
Pontos positivos
A educação é um dos pontos positivos da Lagoinha. Ali funciona a Escola Municipal Anna Barbosa Moreira, com três turnos: 7h30 às 12h, 13h às 17h30 e 18h às 21h. Tem aulas do pré-escolar ao quinto ano do ensino fundamental e, à noite, o ensino de jovens e adultos (EJA). Atualmente estudam ali cerca de 150 alunos.
Os moradores da Lagoinha são só elogios quanto à limpeza e manutenção das ruas e da pracinha, abastecimento de água, coleta de lixo, correio, iluminação e energia elétrica. O bairro é todo calçado, o que permite boa circulação de veículos e deslocamento das pessoas. As entregas de todo tipo de mercadorias, inclusive gás, são feitas normalmente. Os táxis atendem ao bairro sem problemas. A captação de TV é boa e os moradores ainda contam com serviço de TV a cabo.
O comércio na Lagoinha está restrito a uma mercearia e alguns bares. Compras maiores só mesmo no Centro, bem como atendimentos de saúde e opções de lazer. Como o bairro é relativamente perto do Centro, não há maiores complicações.
A associação de moradores
Com um lugar tranquilo assim e praticamente sem carências, a diretoria da associação de moradores local nem tem muito do que cuidar, a não ser da própria sede, que funciona ao lado da sede recreativa da Loja Maçônica Indústria e Caridade. Solícito, o presidente Luiz Sérgio Teixeira abriu a sede e mostrou o salão social, que pode ser utilizado para festas tanto pelos moradores da Lagoinha quanto pela comunidade em geral, mediante locação, o que permite a manutenção do espaço, que inclusive foi todo pintado recentemente. Ali são ministradas aulas de jiu-jítsu, com o professor Léo Pitu, de segunda a sexta-feira. São 60 alunos e entre eles há um campeão brasileiro, o Ivinho.
Mas atividade mesmo tem na quadra esportiva, que vive lotada. Crianças e adultos rolam a bola o tempo todo, até a noite, graças à recente recuperação da iluminação, em parceria com a Prefeitura. Os alunos da Escola Municipal Anna Barbosa Moreira também usam a quadra da associação.
As reuniões da associação são mensais. Sérgio lamentou a pouca participação dos próprios moradores. Fica tudo por conta da diretoria. Ele crê que a próxima reunião atraia mais os moradores, até porque tratará da questão de uma bica de água existente numa propriedade particular, que não mais está apropriada para o consumo. A reunião também discutirá detalhes da festa caipira do bairro, a ser realizada em agosto.
A associação de moradores também reivindica a pavimentação dos 300 metros da Rua José Antônio Teixeira para facilitar a circulação dos veículos e principalmente do ônibus. Entendimentos já estão sendo mantidos com a Autran nesse sentido.
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