Pois é, Laercio, um ano e dois meses depois de sua partida, celebramos mais um aniversário do jornal. Sem você. Será?
É que sua presença é ainda tão nítida em nossas mentes e corações, que a sentimos. Nos corredores, nas salas, em todos os cantos de nossa redação. Ou melhor dizendo, de nossa sede. Somos muitos, somos uma equipe, uma família, criada à sua imagem e semelhança.
A sua ausência física, no entanto, por paradoxal que pareça, vem provocando em mim, à medida que o tempo passa, uma sensação gratificante, que se consolida e certamente se tornará indelével. Acredito que esta sensação pode ser traduzida por uma palavra: legado.
Você, Laercio Ventura, teve a coragem de viver intensamente, correr riscos, defender com convicção seus pontos de vista e ideais e, acima de tudo, agir de acordo com a sua consciência. O respeito a si mesmo e ao próximo definiu você. O resultado disso está aqui. Continuamos a sua luta, sob a sua inspiração. Temos novas diretrizes, naturalmente, sem, no entanto, jamais esquecer o seu exemplo. Você não teve medo de legar seus bens mais preciosos para a posteridade: seus descendentes e herdeiros profissionais, e sua empresa. O jornal A VOZ DA SERRA.
Tudo isso, apesar de tantos revezes, ao longo de seus mais de 80 anos de vida, tanto na vida pessoal como profissional. Você não esmoreceu, não se entregou, não desistiu. Trabalhou até o último dia de sua existência. Essa força e exemplo nos impulsionam, nos levam a honrar a sua memória, o seu legado.
Tantas vezes, nas conversas que você tinha com um ou outro de nós deixava transparecer, com justo orgulho, a herança genética, os exemplos que lhe foram passados por seu pai, Américo Ventura Filho. E que, pela lei natural da vida, hoje está nas veias e sob a responsabilidade de sua filha Adriana Ventura e de seu neto, Gabriel Ventura.
Quatro gerações comprometidas com o dever de informar, esclarecer, denunciar, reportar fatos e acontecimentos. E abrir espaço para todos os setores da comunidade, dando oportunidade para os cidadãos se manifestarem, exercitarem o direito de expressão, concordando, discordando. Sem ter medo de errar, reconhecer o erro e pedir desculpas, expostos que estamos a toda sorte de reações, a favor e contra. Ser jornalista exige coragem. E ética, profissionalismo, compromisso com a verdade. É nesse caminho que dirigimos os nossos passos. Guiados por você.
Enfim, Laercio, poderia ficar aqui contando tantas histórias, falando de sua importância para cada um de nós, dizendo o quanto somos gratos por tudo o que você fez por Nova Friburgo e, em particular, por cada funcionário, centenas de nós, ao longo de sua gestão, de 40 anos.
Laercio, nós que ainda aqui estamos... o saudamos!
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