Em julho deste ano, Nova Friburgo registrou 1.268 desligamentos contra 1.202 admissões; um saldo de menos 66 postos de trabalho. Os dados, divulgados no fim da última semana, são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
O documento traz um levantamento detalhado, mostrando, além dos setores que mais abriram e os que mais fecharam vagas a cada mês, a variação absoluta de 30 dias. Em relação a julho, as áreas que mais demitiram foram a administração pública (86), o comércio (23) e a construção civil (16). Em contrapartida, o setor de serviços (44), utilidade pública (11) e indústria da transformação (8) foram os que mais contrataram.
Embora a variação de julho seja negativa, comparado ao mesmo período do ano passado, o número de demissões foi 84% menor, o que deixa mais difícil desvendar se há ou não expectativas de melhora nas contratações. Em julho de 2015, a variação chegou ao saldo de 399 demissões, sendo a indústria da transformação (316), seguida dos serviços (65), a principal responsável por isso.
O que chama a atenção, entretanto, é que embora o sétimo mês deste ano — ainda que com saldo negativo — tenha representado uma melhora em relação a julho de 2015, quanto aos primeiros sete meses de 2016, os desligamentos também superaram as admissões com carteira assinada em Nova Friburgo. Foram 559 postos de trabalho a menos no mercado, um número muito maior do que o apontado pelo estudo de janeiro a julho de 2015 (393 demissões).
Para o economista e professor Renato Cortes Teixeira, os dados indicam que “as empresas já chegaram, ou quase, ao número limite de empregados para o seu funcionamento, mostrando assim um ponto de estabilidade para o desemprego”, explica.
Aline Santana, 26 anos, é uma das dezenas de pessoas que perderam o emprego este ano. “Acredito que seja um reflexo da crise e do momento político que o país vem passando. Muita gente está desempregada e quase ninguém contratando. Estou a procura por uma vaga desde junho, mas até agora nada”, afirma.
Situação parecida vive o comerciário João Guilherme Ferreira, de 36 anos. “Eu trabalhava no comércio, na área de materiais de construção. Fui demitido por conta da queda no movimento, junto com um outro funcionário de vendas. Estou há aproximadamente dois meses sem trabalho e também sem obter respostas de empregadores”, diz.
De acordo com o encomista, o atual cenário econômico não dá muitas pistas para os próximos meses. “Existe uma gama de fatores que não são previsíveis e que tornam difícil falar sobre a retomada da atividade econômica. Estamos em meio a uma crise política, com a troca forçada de governo, o que põe em risco a variável principal para a retomada do investimento: a credibilidade. No segundo semestre o número de empregos costuma aumentar em decorrência das festas de fim de ano, principalmente no comércio. Vamos torcer para que isso volte a acontecer, mas creio que ainda vamos patinar por um bom tempo”, ressalta.
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