Leonardo Lima
Durante a manhã da última quinta-feira, 7, o teatro do Nova Friburgo Country Clube (NFCC) sediou a Jornada Pública de Saúde, iniciativa da Sociedade Brasileira de Higiene e Saúde Pública, que contou com o apoio da Prefeitura Municipal, do Rotary Club, do Sistema Firjan, da Associação Comercial e do Day Hospital. A princípio, o evento aconteceria na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), porém, com a tragédia que devastou a região em janeiro, os organizadores decidiram transferi-lo para Nova Friburgo.
A jornada tratou de temas referentes à prevenção em saúde em situações de desastres naturais. Profissionais da área debateram providências a serem tomadas para solucionar os desafios, que devem ser enfrentados com ações governamentais e através da sociedade organizada. Além disso foram apresentados relatórios por escrito, contendo propostas e medidas a serem adotadas a curto e médio prazo para a prevenção de novas situações.
As recomendações e sugestões apresentadas irão compor um documento denominado “Carta de Nova Friburgo”, que será levado ao governo estadual, às autoridades federais, e ao presidente da Assembleia Legislativa. Tal documento conterá a assinatura de todos os municípios do estado e terá como principal foco as cidades castigadas em 12 de janeiro.
Prefeito Dermeval Neto: “No que depender de mim, a saúde nunca mais vai ser chamada de abacaxi”
O prefeito Dermeval Barbosa Moreira Neto prestigiou o evento e afirmou que iniciativas como esta elucidam diversos assuntos e deixam a cidade melhor preparada. “Muita gente dá pitaco sobre a saúde pública, reclama, fala que não funciona. Mas, quando há um debate como essa Jornada Pública, essas pessoas que se dizem salvadoras da saúde desaparecem”, declarou.
Segundo ele, a questão da saúde pública de Nova Friburgo é um grande desafio que vem sendo encarado com muita garra pela atual secretária da pasta. “Quando a Dra. Jamila [Calil] assumiu a secretaria, no contrato dela não falava que precisaria trabalhar com lama até o joelho e atender pacientes na capela do Hospital Municipal Raul Sertã. Ela está descascando esse abacaxi, como muitos dizem”, ressaltou. Dermeval, aliás, revelou um incômodo quando ouve alguém se referindo à gestão saúde pública de Nova Friburgo com esse termo pejorativo. “No que depender de mim, a saúde nunca mais vai ser chamada de abacaxi”, garantiu.
Já a secretária de Saúde apresentou slides que mostraram como ficaram as unidades de saúde atingidas em 12 de janeiro. Jamila relembrou que a paralisação do atendimento do Hospital São Lucas e a dificuldade de acesso aos hospitais Unimed e Day contribuíram para aumentar ainda mais a procura pelo HMRS durante a tragédia. “Hoje conseguimos retomar a normalidade de atendimento do Raul Sertã. Estamos oferecendo todos os serviços de antes, realizando exames, consultas para médicos especialistas e cirurgias eletivas”, afirmou.
Dra. Jamila revelou ainda as prioridades e os projetos de sua gestão. Entre os planos, estão a construção de um instituto de oncologia na cidade, que atenderia pacientes com câncer de toda a região; a construção de um centro de reabilitação física; a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu); a reestruturação das unidades básicas de saúde; e investimentos na infraestrutura e em equipamento para o HMRS e o Hospital Maternidade. “Infelizmente existe um conceito de que o que é público não é de ninguém. Mas é exatamente o contrário. O que é público é de todos e temos que tratar com o mesmo carinho e entusiasmo que tratamos as coisas privas. Sempre fui uma grande entusiasta da saúde pública” garantiu a secretária.
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