Há três meses sendo palco de protestos e variadas intervenções artísticas, a Praça Getúlio Vargas foi cenário de uma inusitada ação esta semana. O jardim localizado na alameda central se transformou em uma verdejante plantação de alface e repolho, atraindo a atenção de quem passava pelo trecho. O fato ocorreu na manhã de ontem, 27, e fez parte de mais um evento programado pelo Movimento “Abraço às Árvores – SOS Praça Getúlio Vargas”.
A iniciativa movimentou a praça com uma série de atividades culturais e de sensibilização socioambiental promovidas com alunos do Instituto de Educação de Nova Friburgo. A programação contou com círculo de vocabulário inglês/português com os professores Maraliz Leitão e Alexandre Soares; aula de história com a professora Janaína Botelho e palestra com Flávio Jandre. Segundo os organizadores, a proposta da fictícia plantação de alface foi contextualizar a palestra, que abordou os benefícios da agricultura orgânica. Ao final, as verduras foram destinadas ao aproveitamento dos alunos.
Outros destaques do evento foram o “Dragão Verde”, ação desenvolvida por Marcelle Nader, e o piquenique verde com o artista plástico Marcelo Brantes, que está produzindo um vídeo sobre a praça para sua nova exposição. Por conta disso, ele vem promovendo várias intervenções artísticas nas alamedas e canteiros da praça.
Reunião aborda a descaracterização do espaço
Vale destacar que na tarde da última sexta-feira, 24, uma reunião-atividade para mapear os aspectos e indicadores sobre cidadania no contexto da Praça Getúlio Vargas e o seu entorno foi realizada na Usina Cultural Energisa. O encontro, promovido pelo fórum setorial de Arquitetura e Urbanismo do Conselho Municipal de Cultura em parceria com a rede de cidadania Incid, idealizada pela ONG Ibase, contou com a participação de membros do Movimento Abraços às Árvores – SOS Praça Getúlio Vargas.
A reunião tomou como base o “Mapa Falado” e levantou indicadores relativos à falta de diálogo e transparência no recente processo de corte e poda dos eucaliptos da praça. Os participantes destacaram a importância do papel da cidadania ativa no controle social, fizeram proposições e ampliaram a visão sobre a necessidade de implementação da gestão participativa nas tomadas de decisão públicas.
Para o grupo, o episódio do corte raso de vários eucaliptos demonstrou despreparo técnico, insensibilidade com a comoção e o clamor social, falta de transparência e esclarecimentos públicos e descaracterização do principal bem tombado de Nova Friburgo, entre outros pontos negativos.
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