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Jacutinga, uma história de superação na vida pessoal e também na política
sábado, 15 de dezembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Vereador eleito chegou a Nova Friburgo de sandálias de dedo e sofreu infarto durante a campanha eleitoralO aposentado José Carlos Ramos Pinto, 60 anos, será uma das caras novas da futura composição da Câmara de Vereadores de Nova Friburgo. Filiado ao PRP, ele se elegeu com 1.223 votos—220 a mais do que os conquistados no pleito de 2008, quando concorreu pela primeira vez pelo PP. Natural de Cordeiro e morando em Nova Friburgo há 45 anos, ele é mais conhecido entre os eleitores pelo apelido de Jacutinga—alusivo ao nome de uma famosa aguardente industrializada na Chácara do Paraíso, onde, aliás, dedicou boa parte de sua vida profissional. Como motorista e vendedor da bebida teve a oportunidade de, durante anos a fio, percorrer os quatro cantos da cidade “fazendo amizades” que o ajudaram na campanha eleitoral. Na verdade, a história de Jacutinga é de pura superação, tanto pessoal, profissional, como política. Ele conta que, junto com a família, desembarcou em Nova Friburgo aos 15 anos “de chinelos de dedo” para ir trabalhar na Fábrica de Filó. Também trabalhou na Haga e, de degrau em degrau, chegou a ser dono de um bar no Paissandu até ir fazer um teste de motorista na empresa de bebidas. “O meu teste durou uns 20 anos, em termos de experiência. Mesmo depois de me aposentar (em 1999) ainda permaneci muito tempo trabalhando. Vim de uma família pobre, muito pobre mesmo, e hoje um dos meus maiores orgulhos é dizer que tenho dois filhos formados (um em administração de empresas e outro advogado), além da filha adotiva de 11 anos, meu xodó, que estou certo vai seguir o mesmo caminho dos irmãos”, diz, num tom de orgulho misturado à uma dose de pura emoção. “Não pude estudar (tem o ensino fundamental incompleto), mas, com muito esforço, superei todas as dificuldades. A ficha ainda não caiu direito, mas posso dizer que é um orgulho ter sido eleito vereador”, destaca.A vida política também foi percorrida até agora com muitas pedras no caminho: em 2004, incentivado pelo irmão Antonio, pretendia ser candidato a vereador, mas, na última hora, acabou sendo excluído da lista pelo PR. Em 2008, obteve 1003 votos e ficou na quinta suplência do PP. Já este ano, no PRP, embora tenha aumentado a votação, por pouco não chegou ao final da campanha. Porque, em 15 de agosto, sofreu um infarto e teve que ser operado às pressas. O período de inatividade e as restrições físicas posteriores, segundo ele, “acabaram motivando a família e os amigos” que se desdobraram para ajudá-lo na tarefa de convencimento do eleitorado. Apreciador de uma degustação com os amigos, Jacutinga não bebe mais, devido ao recente problema de saúde. “Mas continuo me reunindo com os amigos”, destaca. Ele conta com humor a origem do apelido. Morador de São Geraldo, ele conta ser vizinho de outros cinco homônimos. “As pessoas chegavam lá no bairro me procurando e os vizinhos diziam ‘qual Zé Carlos?’. Como eu trabalhava na Jacutinga, o apelido pegou”, conta. Como vereador eleito, ele traça planos. Embora tenha concorrido pelo PRB, que apoiou a candidatura majoritária de Jairo da Wermar (PHS), é amigo do prefeito eleito Rogério Cabral (PSD), ao ponto de frequentarem a casa um do outro, desde longa data. “Tenho a mesma origem de dificuldades dele [Rogério Cabral]. É uma pessoa simples e confio nele. Ele terá todo o meu apoio na Câmara”, anuncia. Jacutinga diz que, no exercício do mandato, pretende priorizar os projetos voltados para saúde, esporte e educação. Com relação à disputa da presidência da Câmara, revela ter sido procurado até agora por dois postulantes ao cargo: Márcio Damazio (PSD) e Marcelo Verly (PSDB). Se depender do voto dele, Damazio será o escolhido. Porém, acrescenta que, se o atual favorito não for candidato, a sua opção será pelo colega tucano.Jeito simples e humilde de quem teve que superar inúmeras barreiras na vida—“cheguei de chinelos de dedo e agora vou ter que usar terno, que não é o meu forte”—, Jacutinga pretende ser um vereador aberto ao diálogo. “Sou do bem e não gosto de brigas e discussões. Sou muito agradecido a todos que me ajudaram nesta difícil eleição e vou para a Câmara para trabalhar pelo povo friburguense que sempre me tratou com carinho”, conclui.Justiça Eleitoral diploma eleitos nesta segunda-feira, no CountryO juiz da 222ª ZE, Leonardo Teles (foto), irá diplomar nesta segunda-feira o prefeito e sua vice, Rogério Cabral (PSD) e Grace Arruda (PMDB), em solenidade marcada para 15h, no Nova Friburgo Country Clube (NFCC). Os 21 vereadores eleitos em 7 de outubro—Joelson do Pote (PSD), Márcio Damazio (PSD), Pierre Moraes (PDT), Dr. Luiz Fernando (PDT), Zezinho do Caminhão (PSB), Cláudio Damião (PT), Renato Abi-Ramia (PMDB), Marcelo Verly (PSDB), Christiano Huguenin (PSB), Francisco Barros (PHS), Gabriel Mafort (PT), Gustavo Barroso (PSD), Vanderléia Abrace Essa Ideia (PRB), Nami Nassif (PSC), Jacutinga (PRB), Alexandre Cruz (PPS), Cigano (PSB), Wellington Moreira (PRB), Wanderson Nogueira (PSB), Alcir Fonseca (PHS) e Ricardo Figueira (PSDC)—também serão diplomados, assim como os primeiros suplentes das coligações que obtiveram representação na legislatura 2013/2016. A diplomação é um ato formal que encerra o processo eleitoral. O diploma recebido é um documento indispensável para que o eleito tome posse no seu cargo, em 1º de janeiro. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ato de diplomação também marca o início do prazo para dois tipos de ações judiciais: o recurso contra a expedição de diploma e a ação de impugnação de mandato eletivo. O primeiro recurso, como o próprio nome diz, só pode ser interposto contra candidato eleito e diplomado. O prazo para o recurso contra a diplomação é de três dias a partir da diplomação. As únicas hipóteses que ensejam a ação estão previstas no Código Eleitoral, no artigo 262. São elas: inelegibilidade ou incompatibilidade de candidato; errônea interpretação da lei quanto à aplicação do sistema de representação proporcional; erro de direito ou de fato na apuração final, quanto à determinação do quociente eleitoral ou partidário, contagem de votos e classificação de candidato, ou a sua contemplação sob determinada legenda; e concessão ou denegação do diploma em manifesta contradição com a prova dos autos, nas hipóteses do art. 222 desta Lei, e do art. 41-A da Lei n° 9.504, de 30 de setembro de 1997.Já a ação de impugnação de mandato eletivo (Aime) está prevista na Constituição Federal (art. 14, § 10) para casos de abuso de poder econômico, corrupção ou fraude e deve ser proposta em até 15 dias após a data da diplomação.TSE indefere registro do prefeitável mais votado na vizinha TeresópolisO plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, na noite desta quinta-feira, 13, por maioria, a concessão do registro de candidatura de Mário de Oliveira Tricano (PP) ao cargo de prefeito da vizinha cidade Teresópolis. Ele foi o candidato mais votado no município, com mais de 27 mil votos, apesar de ter concorrido com o registro indeferido. Com a decisão, o município deverá ser administrado por Arlei Rosa (PMDB), que conseguiu se reeleger, com 41,7% dos votos válidos.A decisão manteve o indeferimento determinado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) e também em primeira instância. Tricano foi condenado por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2008. Ele foi condenado à inelegibilidade por três anos, mas a Lei da Ficha Limpa (LC 135/10) aumentou o prazo de inelegibilidade para oito anos.
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