Cumprindo seu dever jornalístico de dar espaço a todas as partes, A VOZ DA SERRA adiou em mais de duas horas seu horário de fechamento ontem, 20, em espera à carta de resposta assinada por Ricardo Cabral, irmão do prefeito Rogério Cabral, a respeito da discussão ocorrida na última segunda-feira, 18, em São Lourenço, com o vereador Pierre Moraes, que culminou em agressão física.
Publicamos abaixo a carta de Ricardo na íntegra, como foi recebida pela redação do jornal, com sua versão sobre o fato.
“Eu, Ricardo Cabral, irmão do Rogério Cabral atual prefeito de Nova Friburgo, venho esclarecer o ocorrido no dia 18 deste mês com o Vereador Pierre.
Tenho 49 anos de idade, e nasci e fui criado no bairro de São Lourenço, onde resido até hoje com minha família. Construí minha vida como agricultor, trabalhei duro a minha infância, adolescência e mesmo depois de casado, dependendo apenas da terra. Hoje também sou comerciante. Sou apaixonado pela minha região a qual não troco por lugar algum.
Hoje após esses dias de chuva, me encontro em completa tristeza, por olhar uma conquista da comunidade sendo devastada pela força de natureza. Pois, a escola e Posto de Saúde fazem parte da vida não só da minha história e da minha família, como de qualquer outro cidadão que aqui mora.
Na última segunda-feira, ainda estávamos muito abalados e tristes, até por que a imagem do meu bairro, da minha rua, não é mais a mesma e ao olhar para aquele monte de lama e o que sobrou das paredes do Posto e da Escola logo vêm a cabeça o que vivemos em 2011 onde presenciei muitas coisas tristes.
Além disso, minha esposa está em tratamento de um câncer e esta as vésperas de sua cirurgia que é muito delicada e eu me encontro em total situação de nervosismo e de tensão. Minha mãe está acamada a quase 2 meses de repouso absoluto com problemas de saúde.
Com isso tudo, me chega o referido vereador Pierre e começa, de forma covarde, a agredir verbalmente minha esposa (com câncer) e minha irmã, o que concluímos que ele já veio com a intenção de causar tumultos com a família.
As covardes agressões foram tantas que elas se viram acuadas e ameaçadas e a confusão começou a chamar a atenção de quem estava por perto.
Minha mãe ouviu os gritos de seu quarto e saiu desesperada para ver o que estava acontecendo, chegando, pediu para que ele fosse embora pelo mesmo caminho que ele veio. Porém ele insistiu em continuar com as agressões, ofendendo sua família inteira, chamando meu irmão de corrupto, safado e dizendo que a culpa da barreira ter descido era do meu irmão e da minha família. Mas o que ele não percebeu era que as casas das minhas irmãs e da minha mãe ficam exatamente embaixo da barreira, um morro que sempre foi seguro. O referido desbastamento o qual ele fez questão de falar ja existia a anos, pois em cima deste morro era uma área usada para plantação.
Eu me encontrava em minha loja, fazendo meu trabalho com a loja cheia de clientes quando alguém foi me chamar nervoso, dizendo que tinha um tal de Pierre, agredindo a minha família e quase partindo para cima da minha esposa. Saí correndo para ver o que realmente estava acontecendo e no caminho já ouvia a voz deste homem em gritos provocando a ira de todo mundo.
Cheguei perguntando o que ele queria e o chamei para ver de perto o tal do desbastamento, ele simplesmente se recusou. Ora, se ele foi para fiscalizar por que não quis ir verificar de perto? E como um vereador me sai sozinho, num carro particular, vestindo bermudas, totalmente esportivo, para fazer seu trabalho, como ele mesmo disse?
Meu cunhado ainda tentou amenizar a situação perguntando a ele, se ele tinha vindo procurar saber se está tudo bem, se alguém esta precisando de alguma coisa, se alguém precisa de uma cesta básica, por que a barreira destruiu também uma casa de família, família esta que perdeu TUDO! A resposta deste vereador foi bem clara: " Eu sou autoridade e este não é meu papel"
Minha sobrinha perguntou: você não tem coração? Esse vereador Pierre mais uma vez respondeu claramente: “Não tenho coração. Ajudar não é meu trabalho. Meu trabalho é fiscalizar!”.
Oras, novamente! E o lado humanitário deste homem não existe? Como assim uma autoridade não pode se preocupar e ajudar a quem precisa?
Meu irmão passou dois dias inteiros envolvido, ajudando a tirar lama, ajudando a recuperar o que foi perdido, vários vereadores (também autoridades), dentre eles, Márcio Damazio, Alcyr Fonseca, Joelson do Pote e Vanderléia também estiveram aqui no bairro e ao contrario deste homem, ofereceram todo apoio possível e ainda ajudaram na limpeza da lama sem qualquer vaidade, não engrandecendo pelo status de vereadores e sim como pessoas preocupadas com o próximo.
Foi ai que minha irmã pediu a palavra e ele não quis deixa-la falar, e minha irmã tem problemas de pressão, quando olhei para minha mãe chorando, desesperada, e minha irmã sem sangue no rosto, pois estava totalmente pálida e tremendo muito fiquei extremamente nervoso e com medo de que algo pudesse acontecer com elas, meu sangue subiu, e quando ele ofendeu mais uma vez minha família, simplesmente perdi meu controle e acabei dando um safanão, para interromper as agressões, e mandando que se retirasse imediatamente dali.
Lamentavelmente, este Vereador agiu de forma covarde e pensada para que conseguisse toda esta repercussão em ano eleitoral. Perdi meu pai muito cedo, fui criado pela minha mãe, tenho três irmãs, sou casado, tenho uma filha e muitas sobrinhas. NÃO TOLERO COVARDIA CONTRA MULHERES!"
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