Iphan pede paralisação de corte de eucaliptos da praça

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
por Jornal A Voz da Serra

Alerrandre Barros

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) determinou na quarta-feira, 11, a paralisação temporária da operação de corte e poda dos eucaliptos centenários da Praça Getúlio Vargas, no Centro. O prefeito Rogério Cabral recebeu o ofício emitido pelo órgão e apresentou o documento durante uma reunião realizada no mesmo dia com os secretários de Meio Ambiente, Ivison Macedo, e de Defesa Civil, João Paulo Mori, representantes do Ministério Público Federal (MPF) e o corpo técnico da Universidade Estácio de Sá, responsável por um dos laudos usados pela Prefeitura. 

Segundo o município, a medida foi apresentada ao MPF, que afirmou que a continuidade dos trabalhos deve estar em comum acordo com os laudos da Estácio e do Iphan. Em relação ao corte indevido da árvore de número 48, identificado pelo MPF, os técnicos da universidade afirmaram que a árvore não está ‘morta’, ou seja, é possível o cuidado para ele rebrotar.

O prefeito Rogério Cabral informou que abriu um procedimento administrativo interno para apuração dos fatos e punição dos eventuais responsáveis na forma da lei. "O interesse sempre foi o de preservação da vida dos cidadãos friburguenses e jamais o desejo de destruir uma praça de grande interesse do município”, afirmou o prefeito, dizendo ainda que pretende agendar uma reunião o mais breve possível com o Iphan tendo a participação do MPF e técnicos da Estácio.

Na terça-feira, 10, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) encaminhou um relatório ao Ministério Público Federal em Nova Friburgo em que constata o corte indevido de duas árvores, identificadas pelos números 47 e 48 nos laudos. O MPF informou que irá propor à Prefeitura a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a regularização das ações de corte e poda de eucaliptos na Praça Getúlio Vargas. 

Ontem, 12, o grupo "Abraço às árvores – SOS Praça Getúlio Vargas”, que protesta contra o corte indiscriminado de árvores no local, divulgou uma nota em que critica, mais uma vez, a falta de diálogo com a Prefeitura. Segundo os manifestantes, a única vez em que o prefeito ouviu os integrantes do movimento foi após uma entrevista coletiva realizada no dia 28 de janeiro. Nesse dia, o grupo não pôde entrar na sala onde acontecia a coletiva de imprensa.  

A nota afirma ainda que os manifestantes estiveram em outros dois momentos com o prefeito — na primeira sessão do ano na Câmara Municipal, no último dia 3, e na posse Conselho Municipal de Políticas Culturais, no dia 9 — mas, em nenhum momento o poder público manifestou interesse em dialogar com a comissão que representa o movimento. A Prefeitura, entretanto, tem dito em nota à imprensa que está aberta ao diálogo. O Iphan não respondeu ao A VOZ DA SERRA até o fechamento desta reportagem.


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