O grupo Intervenção Friburgo realizará no dia 15 de fevereiro, sábado, mais uma ação artística, dessa vez "pela reabertura do Centro de Arte”, que está fechado há três anos, aproximadamente. O local foi inundado em 2011 e em 2012 a iniciativa privada chegou a assumir uma reforma, mas até o momento o espaço não foi reaberto pela Prefeitura, responsável pelas obras no local. A manifestação será em frente ao Centro de Arte (Praça Getúlio Vargas), às 14h30min.
O local foi palco de grandes eventos envolvendo não só questões sociais locais, mas dinâmicas de conjuntura política regional e nacional. Em seus quase 53 anos, perdeu-se a conta dos eventos sediados no Centro de Arte, como: exposições, shows musicais, apresentações de dança, peças teatrais, lançamentos de livros, concursos, festivais, sessões de cinema, conferências, formaturas, entre outros, além de sempre ter sido ponto de encontro de artistas friburguenses e de fora, quando visitavam a cidade.
O objetivo da ação é reunir artistas das mais diferentes linguagens e pessoas que frequentaram o espaço e sentem falta dele aberto, para se manifestarem artisticamente, apresentando performances dentro da sua área de atuação ou até mesmo usando algum elemento que caracterize o figurino de personagens que estejam vivos na memória de cada um.
"A participação das crianças é fundamental”, reforça o grupo, "pois elas são o futuro, mas precisam conhecer o passado, a história da sua cidade. Cultura é fundamental para o desenvolvimento local. É nosso objetivo gritar pelo Centro de Arte, já que ele só tem história, mas não pode falar”, argumenta o grupo. E lembra: as crianças poderão se divertir com as surpresas que o grupo pretende apresentar, mas precisam estar acompanhadas de um responsável.
Provavelmente, não há um friburguense que não tenha alguma pequena história que seja para contar sobre o Centro de Arte. Ele foi inaugurado em 16 de maio de 1961, pelo então prefeito Amâncio Azevedo, que resolveu atender ao pedido de um grupo de artistas amadores que queria transformar o antigo porão abandonado do prédio, que na época era a sede da prefeitura, em um Centro de Arte e Cultura. Entre os idealizadores da proposta, destacou-se Heródoto Bento de Mello — primeira pessoa a dirigir o estabelecimento.
O ‘porão’, como muitos o chamam até hoje, já foi uma cadeia pública, por isso a existência de grades de ferro em todas as janelas do Centro; e depósito de entulhos, móveis velhos e de arquivo morto. Não é de hoje que sua saga é contar com o apoio de simpatizantes das artes. O primeiro piano só foi adquirido porque contou com o apoio de empresas e fábricas locais, assim como do Ministério da Educação.
No final de 1962, foi fundado o primeiro grupo de teatro da cidade, mais conhecido como Teca (Teatro Experimental do Centro de Arte). Bebete Castillo, que dá nome ao teatro do Centro, foi a primeira mulher a se associar ao Teca e a única na cidade, que, na época, sabia administrar o setor de iluminação das peças.
Mais informações: https://www.facebook.com/IntervencaoFriburgo
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