Henrique Amorim
Recentemente uma jovem de 20 anos procurou a 151ª DP para denunciar o ex-namorado e pedir proteção à polícia. Após terminar o romance, ela se surpreendeu dias depois com a veiculação de fotografias suas, nua e de intimidades com o rapaz, em sites de relacionamento na internet. A divulgação das fotos de conteúdo particular com flagrantes de relações sexuais filmadas pelo rapaz, teria sido, segundo a jovem, uma represália do ex-namorado, descontente com o término do relacionamento. Nas mensagens que acompanham as fotos na internet, o rapaz ainda incluiu comentários que denigrem a moral da jovem. Indignada por ver seu corpo exposto na rede mundial de computadores, a moça agora pretende ir à justiça. Muitos mais que indenização em dinheiro por danos morais, sua meta é a prisão do rapaz que amou por cerca de seis meses.
O drama da moça de Nova Friburgo, infelizmente, é uma realidade cada vez mais constante em todo o país. A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, inclusive, já possui até um órgão específico para investigar este novo tipo de delito: a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) que nos cinco primeiros meses do ano passado recebeu 320 denúncias de crimes praticados pela internet. Neste mesmo período deste ano, as reclamações aumentaram quase 20% com a investigação de 380 novas denúncias. Os policiais da especializada, contudo, afirmam que os crimes na internet não se restringem somente a sexo. Há muitos casos também de extorsão em que os criminosos exigem dinheiro sob a ameaça de sequestro de filhos, familiares e até mesmo assaltos anunciados.
Agentes da DRCI alertam para a necessidade dos pais vigiarem os filhos, principalmente os adolescentes que com maior frequência acessam páginas de relacionamento na internet. “Jamais deve-se postar fotografias direcionadas a desconhecidos, nem tampouco fornecer dados pessoais a não ser para sites de segurança comprovada mediante senhas. Os policiais observam ainda que há muitos casos que, principalmente mulheres jovens e adolescentes se deixam fotografar ou filmar por homens que conhecem pela internet. Muitas delas, depois, acabam sendo chantageadas”.
O ideal é que os encontros marcados pela internet aconteçam em locais públicos e que, pelo menos uma pessoa de confiança seja avisada desse encontro. “Geralmente as jovens se deixam levar pela lábia e permitem serem fotografadas sem roupa. Em muitos casos, a dor de cabeça surge logo depois”, observa um policial da DRCI. Já as crianças são expostas a crimes de pornografia e aliciamento.
Ao acessar a net, tome cuidados
Confira os principais crimes:
Pornografia infantil: oferecer, trocar ou publicar fotos de crianças nuas ou em relacionamento sexual.
Cyberbulling: ações que denigrem a imagem da criança ou do adolescente. Falar mal, ofender, ridicularizar ou inventar algo que pode ser interpretado como injúria, calúnia ou difamação.
Aliciamento de menores: pode também estar ligado a sequestro. Geralmente o criminoso busca contato para marcar encontros e solicita fotos dos adolescentes nus para depois chantageá-lo.
Golpes on-line: após roubar dados pessoais, como senhas de banco, bandidos iniciam série de chantagens. As vítimas geralmente são adolescentes que possuem contas bancárias.
DICAS PARA OS PAIS
Acompanhe o que seu filho está acessando na internet. De preferência participe das redes sociais ao qual a criança e adolescentes estão incluídos.
Oriente seu filho a não expor suas atividades diárias na internet.
Usar recursos dos navegadores para monitorar os acessos de crianças e adolescentes na internet. Geralmente os criminosos buscam informações sobre crianças e jovens nas redes sociais para traçar o perfil de suas vítimas. Na maioria das vezes, o bandido envia mensagens por e-mail para estabelecer uma falsa amizade. Logo depois, tem início as ameaças.
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