O processo educacional no mundo hoje conta com diversas ferramentas como computadores, tablets, quadros digitais e até mesmo os smartphones. Acesso a jogos educativos, a livros e a sites de pesquisas são algumas das vantagens do uso de novas tecnologias nas escolas. Isso sem mencionar a maior possibilidade de interação, a troca de informação, aulas mais dinâmicas e a viabilidade dos cursos a distância, tendência do século XXI. Mas, se na teoria tudo parece funcionar, na prática, quando se trata de tecnologia -- principalmente internet -- a maioria das escolas da rede municipal e estadual não satisfazem as necessidades de professores e alunos.
De acordo com um levantamento realizado por A VOZ DA SERRA, em Nova Friburgo são 121 escolas da rede municipal, incluindo creches. Destas, conforme a Secretaria Municipal de Educação, 98% possuem conexão, dados que seriam positivos, não fosse a ausência de laboratórios de informática em 57 delas. Outra informação que chama atenção é a velocidade média da internet nas unidades de ensino no município: 2,5% do que seria considerado ideal segundo o governo federal. São 2 megabits (MB) por segundo, contra 78 megabits do ideal.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Tecnologia Municipal (NTM) da Secretaria de Educação, Alessandra Jaccoud, atualmente, 37 escolas, situadas em área urbana, estão conectadas através do Programa Banda Larga nas Escolas, do governo federal. Nestes casos a velocidade gira em torno de 1 MB. Outras 63 unidades são atendida por licitação pela Altarede e a velocidade é de 3 MB.
Já na área rural, duas escolas realizam a conectividade através do programa Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), que oferece gratuitamente conexão à internet em banda larga - por via terreste e satélite - e 45 unidades situadas em locais afastados utilizam internet por telefonia móvel, com velocidade de 256 kilobits, serviço prestado pela operadora Tim.
Conforme acrescenta Alessandra, “em algumas unidades antenas ainda estão sendo instaladas e configuradas. Nas escolas aonde não chega o sinal, está sendo fornecido um modem para que o gestor possa usar em algum local com sinal e realizar as atividades necessárias”, diz.
Quanto à rede estadual, são 26 escolas no município; 25 delas com salas de informática e internet. Questionada sobre a velocidade de conexão, a Secretaria de Estado de Educação informou apenas que esta varia, podendo chegar a 10 mbps. Já sobre a empresa responsável pelo serviço a secretaria não se manifestou.
Dados do país
Embora o serviço nas escolas do município deixe a desejar no quesito internet, o que consequentemente prejudica a oferta de um ensino de qualidade, esta não é realidade exclusiva de Nova Friburgo. Recentemente, o governo federal divulgou que a velocidade média da internet nas escolas da rede pública em áreas urbanas do país é 3% do estipulado pelo próprio governo, não muito diferente do que ocorre por aqui. Os dados se referem as unidades públicas atendidas pelo programa Banda Larga nas Escolas.
Ironicamente chamado de "Banda Lerda", o programa abrange 90% das escolas em área urbana do país, isto é, aproximadamente 70 mil colégios. Conforme o edital de licitação 004/2012/PVCP/SPV, criado a partir de uma obrigação imposta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), é responsabilidade das operadoras, além de outros, disponibilizar acesso a internet para as escolas de todos os municípios brasileiros, desde que estas estejam cadastradas no censo da educação básica e situadas a uma distância de até 30km a partir da sede de cada município. Participam do projeto as operadoras Claro, Vivo, Oi e Tim, sendo cada uma responsável por um conjunto de estados. A determinação é de que seja oferecida internet numa velocidade de 256 kbps com previsão de ampliação, atingindo a taxa de 1mbps em 2017.
Banda Larga nas Escolas
Em uma tentativa de regulamentar e melhorar a velocidade do serviço de internet no país, em abril de 2008, o Governo Federal lançou o Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE). Através de uma parceria entre Ministério da Educação (MEC), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Ministério das Comunicações (MCOM), o Ministério do Planejamento (MPOG) e as secretarias de Educação estaduais e municipais, a ação visa também levar internet para todas as escolas públicas – municipais, estaduais e federais – urbanas do Brasil, além de incrementar o ensino e proporcionar a inclusão digital.
“O programa é colocado em prática por empresas telefônicas autorizadas. Está acordado com as empresas a garantia da manutenção dessa estrutura, sem ônus, até 2025. O atendimento às escolas rurais faz parte dos compromissos assumidos no leilão de frequências de internet 4G. Além de instalar conexão à internet em alta velocidade nas escolas, as concessionárias devem oferecer ampliação periódica da velocidade para manter a qualidade e a atualização do serviço”, informa nota divulgada pelo Portal Brasil.
A meta inicial do Programa Banda Larga nas Escolas era conectar 55 mil instituições de ensino. Este número foi expandido depois que mais escolas foram identificadas pelo censo escolar e passaram a integrar as áreas urbanas dos municípios.
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