O governo federal apresentou em reunião com governadores na semana passada, em Brasília, uma proposta para diminuir as mortes no trânsito. O encontro, promovido pela Presidência da República, reforçou a importância de aumentar a segurança nas vias e rodovias, principalmente em relação a motociclistas — que em 2013, respondeu por 51,8% de todas as internações por acidentes em hospitais.
No encontro, o ministro Arthur Chioro apresentou o plano “Segurança no Trânsito em Defesa da Vida”, que envolve sete ministérios e está dividido em dez eixos. O eixo Gestão prevê a articulação integrada entre as três esferas de governo. Sobre Informação, a proposta é promover a integração das informações de trânsito dos vários órgãos responsáveis. As medidas abrangem, ainda, projetos de lei como o que permitiria a aquisição de motos somente por condutores habilitados. Já no eixo Educação, o objetivo é ampliar a capacitação dos agentes de trânsito.
“Nas urgências, nos hospitais de traumas e nas unidades de reabilitação estamos acompanhando uma crescente demanda de pacientes vítimas de acidentes de motos. Precisamos de uma ação nacional, envolvendo diversos setores da sociedade e do poder público para barrar essa epidemia de mortes e traumas”, afirmou Chioro. Segundo o Sistema de Informação Hospitalar, foram registradas, em 2013, mais de 169,7 mil internações por conta de acidentes no trânsito, sendo as motos responsáveis por 88 mil delas”, um crescimento de 114% em cinco anos.
O plano está sendo elaborado pelos ministérios da Saúde, Cidades, Justiça, Trabalho e Emprego, Previdência, Educação e Transportes – coordenados pela Casa Civil. A proposta foi apresentada aos governadores com o objetivo de destacar a necessidade da participação dos estados na coordenação de ações e mobilização intersetorial e da sociedade para reduzir a violência no trânsito. “No eixo Fiscalização, a ideia é intensificar as ações, priorizando aspectos como a mistura álcool/direção, excesso de velocidade, uso dos equipamentos obrigatórios de segurança, habilitação válida e condição segura do veículo”, explicou o ministro.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em parceria com o IBGE, em 2014, 24% dos motoristas do Brasil dizem associar ou já ter associado álcool e direção; metade da população (49,8%) admite nem sempre usar o cinto de segurança no banco traseiro dos veículos; e nas áreas rurais do país, 41% afirmam que nem sempre usam capacete quando estão na garupa das motos.
As medidas devem abordar ainda Comunicação, Participação Social, Infraestrutura, Novas Tecnologias e Atenção às Vítimas. “Para a Atenção às Vítimas, daremos destaque ao Samu e as UPAs, para garantir o resgate de urgência e o serviço de atendimento às vítimas de trânsito”, ressaltou Chioro.
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