A decisão do poder judiciário de paralisar as atividades do teleférico de Nova Friburgo, anunciada na última sexta-feira, 21, chamou a atenção de muitos friburguenses e vem gerando polêmica nas ruas da cidade. A suspensão do uso do equipamento e de todo o complexo, incluindo a área do restaurante e do boliche, partiu do juiz da 1ª Vara Cível do município, Marcus Vinícius Miranda Gonçalves da Silva Mattos. A sentença, no entanto, vem sendo muito questionada e divide opiniões.
A reportagem de A VOZ DA SERRA recebeu diversas mensagens de leitores que não aprovaram a decisão. “Não vejo motivo para essa interdição. Frequento aquele espaço com minha família há anos. É lamentável a paralisação, pois aquele equipamento turístico gera centenas de empregos diretos e indiretos”, disse um leitor por e-mail. Outro afirmou que a deliberação do juiz compromete o turismo no município. “Isso é justiça? Gastam milhões em obras de contenção no local e depois embargam o Teleférico? Fico impressionado com o esforço das pessoas em destruir o turismo na cidade”, disse um leitor no site de A VOZ DA SERRA.
Em contrapartida, há quem apoie a resolução: “Este é um assunto muito importante. Estamos falando de vidas. Se existe qualquer dúvida sobre a segurança do equipamento e do terreno, deve ser averiguada”, disse uma leitora que preferiu não se identificar.
Entre as adversidades apontadas pelo processo, o juiz questiona a obra de ampliação do segundo pavimento do teleférico e os danos causados ao meio ambiente pelo funcionamento do equipamento.
De acordo com o documento, “o fato de nenhuma das estruturas principais do complexo do teleférico (hotel, boliche e área de estacionamento do boliche) terem sido afetadas pelos deslizamentos de 2011, avalia-se que as estruturas denominadas de contenção executadas antes, em 2007 e 2008, foram adequadas para garantir a segurança das edificações do complexo à época. Deve-se notar que as mesmas, entretanto, não visaram garantir a estabilidade de taludes dentro de seus domínios, mas tão somente garantir a integridade das estruturas existentes em presença dos processos de instabilização desenvolvidos imediatamente a jusante dos mesmos", diz trecho.
O documento deixa claro também a vulnerabilidade do solo e os riscos de movimentação do terreno. “O Ministério Público havia afirmado, na inicial, que 'a construção localiza-se em área geomorfologicamente inadequada à ocupação humana, ante a fragilidade geotécnica do solo, atestada pelo Inea, o Instituto Estadual do Ambiente’, circunstância realmente noticiada no relatório de vistoria do Inea, que cuida de medidas para a contenção de deslizamentos no local”.
De acordo com Sérgio Rosmaninho, advogado de Rodolfo Acri, proprietário do empreendimento, que já havia informado que recorreria a decisão judicial, ainda não há qualquer novidade sobre o caso. Segundo ele, o juiz não informou as medidas necessárias para o retorno das atividades do teleférico e, somente no fim desta semana ou início da próxima, terá um parecer sobre a deliberação.
A VOZ DA SERRA tentou contato com o juiz Marcus Vinicius, através do fórum municipal, a fim de esclarecer os motivos que levaram a tomada da decisão de suspender as atividades do complexo do teleférico, mas foi informada de que o mesmo não está autorizado a conceder entrevistas e que todo o tipo de informação deve ser obtida através de assessoria de imprensa.
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