Leonardo Lima
Embora já tenha se passado mais de cinco meses da tragédia que devastou a Região Serrana, o cenário de destruição permanece praticamente inalterado em diversas localidades. O lento processo de reconstrução e a demora no início das obras de recuperação de vias e contenção de encostas seguem afetando o dia a dia dos moradores dos bairros atingidos.
Mesmo não tendo registrado vítimas fatais na catástrofe, a Vila Amélia segue com reflexos da destruição. Se, por um lado o campo do Esporte Clube Filó — utilizado no período pós-tragédia como depósito de terras e entulhos — foi reparado, a situação da Rua Bonfim permanece a mesma. A encosta que caiu no local continua impedindo a passagem de pedestres e veículos. Mas, de acordo com os moradores do local, este não é o único problema. “Toda noite param carros aqui e utilizam a rua como motel. Também tem gente que vem aqui usar drogas. Quando chega a noite temos medo de sair de casa. Está muito perigoso”, queixa-se a moradora Nádia Canela Cabral.
Ela conta que com a interdição os moradores da rua só têm a opção de utilizar uma linha de ônibus. “Agora, para chegar aqui, só podemos pegar o Vale dos Pinheiros. O ônibus da Lagoinha passa pela Rua Teresópolis e temos que dar uma volta muita grande”, afirma. Sua irmã, Kátia Cabral da Penha, compartilha a opinião e acrescenta que há também receio de acidentes no local. “Vários carros entram em alta velocidade na rua, pois os motoristas, muitas vezes, não sabem que ela está interditada”, alerta.
Segundo Kátia, outra preocupação é o acúmulo de focos de dengue no local, devido às diversas poças espalhadas em vários pontos da via. Já o morador Honório Vizzoni acredita que se o problema não pode ser solucionado, pelo menos uma alternativa deveria ser encontrada para amenizar a situação. “Poderiam pelo menos abrir uma passagem para os pedestres e criar um escoamento para as águas das chuvas. Tem muito mosquito em toda a rua”, diz.
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