Por Alessandro Lo-Bianco / @AlessandroLB
O uso prolongado de biquínis, maiôs e sungas e a ingestão insuficiente de líquido são causas constantes do aparecimento da infecção urinária durante o verão. Segundo a Dra. Maria Cecília Hiessel Lopes (médica ginecologista/obstetra), a IU é caracterizada pela presença de bactérias e é mais comum entre as mulheres. Em alguns casos a mulher tem mais de três episódios durante o ano, caracterizando um caso de infecção urinária recorrente. Isso se deve a fatores imunológicos, como também a alterações na acidez e fluxo anormal de secreções vaginais. “A mulher deve procurar ajuda logo no surgimento dos sintomas, dor e ardor, pois a infecção urinária pode se tornar muito grave, por exemplo, quando atinge os rins e também em suas formas crônicas”, declara a ginecologista.
Para se proteger, algumas dicas e informações mitos e verdades sobre infecção urinária:
Toda vez que tenho ardor e dor para fazer xixi significa que estou com infecção urinária?
Não. Estudos comprovam que apenas 20% dos casos de ardor e dor ao urinar são infecções urinárias. Os outros 80% não apresentam alterações do exame de urina que comprovem a infecção. A queixa pode estar relacionada a infecções ginecológicas, traumatismo local e irritação por substâncias.
Como acontece uma infecção urinária?
As infecções surgem quando as vias urinárias são invadidas por micro-organismo, que podem se alojar na uretra (uretrite), bexiga (cistite) ou nos rins (pielonefrites).
Problemas ginecológicos podem favorecer as infecções?
Sim. Em mulheres as infecções vaginais ou corrimentos (produzidos por fungos, bactérias ou vírus) podem ser causa de infecção urinária. A proximidade da uretra com a vagina, e da vagina com o ânus, facilita a contaminação por germes intestinais.
É aconselhável fazer xixi após o ato sexual?
Sim. Isto favorece a eliminação de bactérias que possam ter penetrado na uretra e na bexiga durante o sexo. A urina parada na bexiga permite a proliferação destes micro-organismos.
Posso usar lubrificante na hora do sexo?
Sim. Dê preferência a produtos à base de água. Relações sexuais com a vagina pouco lubrificada produzem traumatismos no orifício da uretra e favorecem infecções.
Fazer xixi sempre que estiver com vontade ajuda a evitar a infecção?
Sim. A urina é uma forma de excreção, eliminação de substâncias indesejáveis para o corpo. Pela proximidade a uretra é constantemente invadida por germes, da região genital e anal. Fazer xixi com frequência e beber bastante líquido, de preferência água, contribui para maior formação de urina, o que favorece a eliminação das substâncias indesejáveis no ato da micção.
Uma higiene mais completa após a evacuação é recomendada?
Sim. Lavar o local com água após usar o banheiro é a maneira mais correta de limpar a região anal, eliminando os micro-organismos. O que não é recomendado são os banhos de imersão (em bacias ou banheiras) pelo risco de contaminação da vagina pela água ou objetos utilizados.
Qual é a maneira considerada correta e ideal de se limpar após a ida ao banheiro?
De frente para trás. Assim, evita-se que bactérias localizadas no ânus sejam carregadas para a vagina, o que aumentaria os riscos de infecção.
Como deve ser feita uma higiene correta que ajude a prevenir infecções urinárias?
A limpeza da vulva deve ser feita sempre com papel higiênico macio, branco e sem perfume, de modo a absorver a urina. No banho evite água muito quente e o excesso de sabonete. Não esfregue o local para não provocar traumas ou favorecer a penetração das bactérias.
O uso frequente de antibióticos para tratar a repetição do problema pode levar à resistência das bactérias?
Sim. Evite a automedicação. O fato de muitas pessoas tomarem antibióticos sem orientação pode gerar infecções por agentes resistentes aos remédios prescritos. Lembre-se! Algumas infecções urinárias podem se tornar graves e até fatais. Procure sempre o médico.
A infecção urinária é comum na gestação?
Sim. Atinge por volta de 12% das grávidas. Sabe-se que 2-10% das grávidas não apresentam sintomas (bacteriúria assintomática), provavelmente já possuíam essa infecção no momento da concepção. Cerca de 1-1,5% aparecem como cistite e 2% como pielonefrite. O problema pode ser dos fatores de risco para o trabalho de parto prematuro.
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