No Dia da Indústria, celebrado neste 25 de maio, uma boa notícia: levantamento divulgado pelo Sistema Firjan na semana passada apontou que as exportações totais de Friburgo passaram de US$ 2,3 milhões em 2015 para US$ 2,4 milhões em 2016, um aumento de 6%. O volume exportado também aumentou de 315 toneladas para 347 toneladas no ano passado, um avanço de 23%.
A análise evidencia, ainda, uma retração de 14% no preço médio geral das mercadorias (de US$ 7,2/Kg para US$ 6,2/Kg). O que indica que, mesmo com o preço médio menor das exportações, o município ampliou o volume exportado e alcançou, em termos de receita, um faturamento 6% maior.
O aumento das exportações em comparação com 2015 foi reflexo, sobretudo, do acréscimo nas vendas externas de cachaça (5%) e cadeados (102%). A cachaça representa 33% das exportações e os cadeados, 13%.
Segundo Joelza Schenquel Vargas, supervisora de comércio exterior da Stam Metalúrgica S.A., a capacidade produtiva de cadeados da empresa gira em torno das 800 mil peças/mês. “Nós investimos em um processo de automação que pouquíssimas empresas têm no Brasil”, o que ela considera a receita do sucesso para aceitação do produto pelo mercado internacional devida à alta qualidade percebida no resultado final.
“A feitura do cadeado de latão, por exemplo, é totalmente automatizada. Com isso passamos a ter um produto de muita aceitação, pois o maquinário demanda matéria prima com 100% de boa procedência para poder trabalhar”, explica.
A supervisora relata que com esse material de qualidade em mãos, foi mais fácil aumentar a cartela de clientes internacionais que hoje é composta em sua maioria por países do Mercosul como Bolívia, Paraguai e Uruguai.
“Apesar de ninguém tocar no artigo até ele ser finalizado, funcionários foram mantidos nas outras modalidades de produção da fábrica e mais pessoas foram contratadas, pois os sistemas precisam ser operados por técnicos qualificados, que cuidam de qualidade, manutenção e outros detalhes que envolvem o resultado final”, conta Joelza.
Diversificaçãode produtos
A pauta exportadora de Nova Friburgo apresentou diversificação, tanto em termos de produtos quanto de parceiros. A cidade exporta desde cachaça, vestuário, partes para automóveis, circuitos elétricos a até chuveiros.
O álcool etílico não desnaturado, com um teor alcoólico em volume inferior a 80% vol; aguardentes, licores e outras bebidas espirituosas (cachaça), principal produto exportado pelo município (33%), teve um acréscimo de 5% nas exportações de 2016 (US$ 795 mil), em especial pelo aumento absoluto nas vendas para Suíça, que não existiam em 2015 e atingiram US$ 49 mil em 2016.
Para o empresário Vicente Ribeiro, da Fazenda Soledade, uma das grandes exportadoras da bebida no município, não há segredo para o sucesso, senão um trabalho sistemático na busca por excelência de produto. “Realmente não há panaceias que levem a um bom desempenho no mercado externo. Melhoria contínua na qualidade e, no nosso caso, com investimentos constantes em segurança alimentar e performance operacional”, explicou.
Esta pesquisa foi baseada em dados do Sedex / MDIC. Foram levantadas as exportações das empresas sediadas em Nova Friburgo por valor (US$), volumes (Kg) e preços médios (US$/kg). Os dados foram divididos por Posição (4 dígitos) de acordo com a classificação fiscal da Nomenclatura Comum do Mercosul.*
Destaques setoriais
- A já citada venda de cadeados, compreendidos na posição 8301, que representou 13% da exportação friburguense, teve aumento de mais de 100% em 2016 e passou de US$ 159 mil exportados para US$ 322 mil.
- A venda de banheiras e produtos sanitários (US$ 77 mil), sexto produto exportado em 2016, aumentou 271%, movida pelo incremento das vendas para os países do Mercosul: Bolívia, Paraguai e Uruguai.
- As exportações da posição 6204 (fatos de saia-casaco, conjuntos, casacos, vestidos, saias, saias-calças, calças, jardineiras, bermudas e calções (shorts), (exceto de banho, de uso feminino) tiveram incremento de 105% em relação ao ano anterior. Cabe ressaltar a diversificação de destinos dessas exportações (26), incluídos países africanos, asiáticos e europeus.
- Outro destaque foram as vendas de aparelhos elétricos para Turquia (US$ 119 mil), que aumentaram 415%. Partes e acessórios dos veículos automóveis evoluíram em mais de 2500% em vendas para os Estados Unidos (US$ 61,5 mil).
(*A metodologia de município considera o domicílio fiscal das empresas, não a produção (como são os dados do Rio de Janeiro). Por isso, não se deve fazer qualquer comparação com o total exportado pelo Estado do Rio).
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