Henrique Amorim
Com a valorização do real frente ao dólar nos últimos meses, os brasileiros poderão diferenciar a ceia da noite desta sexta-feira, 24, e os almoços deste fim de semana de Natal com produtos importados, que estão bem mais em conta neste período em relação ao Natal do ano passado.
Na casa da aposentada Marinete Silva Freitas, 63 anos, no bairro Chácara do Paraíso, por exemplo, a ceia estará bem mais farta para garantir a alegria dos dois filhos, que moram em Minas Gerais e estão em visita neste fim de ano, com as noras e mais quatro netos. Será preciso encher as panelas, pois ainda virão sobrinhos, primos e amigos da família. A sorte de Marinete, exigente na qualidade do que leva à mesa, é que os produtos importados estão bem mais em conta e, mesmo para quem deixou para comprar os ingredientes da ceia na última hora, o que não vai faltar é opção.
“Aproveitei o décimo-terceiro da aposentadoria para realçar a ceia deste ano. Afinal, não vejo meus filhos e meus netos há dois anos. Pretendo, então, recebê-los com uma mesa bem especial e com produtos de primeira qualidade. Eles merecem”, destaca ela, que poderá aproveitar o preço bem mais em conta do bacalhau, que sai este ano a partir de R$ 17,90 o quilo. Já o disputado bacalhau do Porto custa a partir de R$ 34,90 o quilo. Para temperá-lo, nada melhor que um bom azeite português legítimo, que pode ser encontrado nos supermercados de Nova Friburgo a partir de R$ 14,50, ante R$ 10,90 dos nacionais.
Para acompanhar a degustação, nada melhor que um bom vinho importado. A garrafa sai a partir de R$ 14,90, contra R$ 5,50 dos vinhos nacionais. Com o dólar mais baixo, além da decoração da mesa de Natal com as tradicionais frutas cítricas, nozes, castanhas, amêndoas e avelãs, dá ainda para inovar e surpreender com geleias dinamarquesas, vinhos franceses, cervejas holandesas e salmões, a preços bem mais convidativos, sem contar os queijos importados, chocolates e panetones. Tem até o recheado com leite condensado a R$ 12,90. Quem deixou para pensar na ceia na última hora é bom reservar uma dose extra de paciência para enfrentar as longas filas nos supermercados e arcar com o risco de já não encontrar os produtos das melhores marcas...
Corridas por importados
nos supermercados é recorde
De acordo com um levantamento recente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o consumo dos importados cresceu em média 23% no último trimestre. É o maior acréscimo, oficialmente, desde 2003, segundo a instituição. Porém, analistas de associações de supermercados do eixo Rio-São Paulo apostam que este é o maior boom nas vendas de alimentos estrangeiros, desde a década de 1990. Em Nova Friburgo, o maior movimento de clientes nas últimas semanas surpreendeu os vendedores das lojas de produtos importados.
“Muita gente preferiu brindar este Natal com uísque. A venda desta bebida nunca foi tão grande nessa época. Pelo jeito, o champanhe vai ficar para o brinde de ano-novo”, brinca um lojista. Sorridentes mesmo devem estar os comerciantes que vendem cerveja. A procura pela loura deve crescer no Rio de Janeiro nestas festas de fim de ano até 15% em relação a dezembro de 2009. Aumento semelhante é esperado para as vendas de refrigerantes e panetones.
Independentemente do dólar fraco, quem optou pelos ingredientes tradicionais de Natal encontrou preços convidativos nos supermercados de Nova Friburgo. O badalado frangão temperado chester chegou às prateleiras nesta segunda quinzena de dezembro por R$ 9,44 o quilo. Já o tradicionalíssimo peru caiu para R$ 9,88, contra até R$ 12,90 do ano passado. O presunto tender, que em 2009 não saiu por menos de R$ 22,50 o quilo, às vésperas do Natal pode ser levado por R$ 19,90.
Já as nozes, castanhas, amêndoas e avelãs tiveram pequena alta de preço do ano passado para cá e custam, agora, respectivamente R$ 14,90, R$ 11,90, R$ 12,90 e R$ 14,80, o quilo.
“Esses produtos variados eu deixo para meu marido comprar, para enfeitar a mesa do Natal. Na minha ceia não pode mesmo é faltar o bacalhau”, diz a dona de casa Angela Barbirato Padilha, que comprou dois quilos do pescado a R$ 21,90 cada, semana passada, num supermercado da Avenida Alberto Braune.
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