(SECOM) - Iniciada com apresentação de hip hop do grupo Step’s do Ponto de Cultura de Olaria, realizada na calçada da Casa de Cultura - antigo Fórum Júlio Vieira Zamith, que abriga atualmente as secretarias de Cultura e de Turismo, na Praça Getúlio Vargas -, a cerimônia de inauguração da Sala Edmundo Carijó (renomado bailarino, falecido a 5 de março último), na qual passa a funcionar a delegacia regional do Sindicato dos Profissionais de Dança do Estado do Rio (SPDRJ), foi marcada por forte emoção.
Primeiramente, o advogado e jornalista David Massena - diretor da Casa de Cultura, que articulou a implantação da delegacia na cidade - abriu o evento com um emocionado depoimento. Ex-bailarino, que abandonou o ofício há cerca de 15 anos, Massena disse que estava realizando um sonho. “Esta é uma noite de muita emoção. Desde que, muito cedo, entrei para o mundo da dança, sonhava em trazer uma delegacia do sindicato para Nova Friburgo”, iniciou David, antes de compor a mesa para o ato que também constou da posse da primeira delegada do SPDRJ na cidade, a bailarina e professora de dança Iane Rocha.
Depois, nos rápidos pronunciamentos dos dois secretários presentes e também no depoimento da presidente do sindicato, bailarina Lourdes Braga, a emoção continuou impregnando o ambiente. Apresentado - mais do que secretário de Comunicação Social - como pai de bailarina, a jovem Ilana Santos Guilland, coube ao jornalista Girlan Guilland a tarefa de contar um pouco sobre a vivência do balé na vida familiar, já que a filha, aos 12 anos, pratica a atividade desde os três. Aluna da professora Iane, a menina estava presente e, juntamente com outras bailarinas (Gabrielly da Costa e Isla Gastim), fez rápida performance de balé clássico, enquanto Gabriela Barbosa e Karine, de contemporâneo e de dança espanhola.
Antecedendo à fala do secretário de Cultura, Roosevelt Concy, Guilland ainda aproveitou para lembrar o grande potencial para dança e para o balé na cidade e lançou proposta - que disse já ter levado ao conhecimento do prefeito Heródoto - no sentido de criar o Corpo de Baile do Teatro Municipal de Nova Friburgo. “Temos que dar oportunidade a essas centenas de jovens que são provas de talentos e valores locais”. Logo em seguida, o secretário Roosevelt, em seu discurso, ratificou a ideia, lançando-a como um dos primeiros desafios da delegada do sindicato, Iane Rocha.
Também na fala da bailarina Lourdes Braga, presidente do SPDRJ, mais emoção. Além de rememorar o dia (13 de fevereiro) em que recebeu o primeiro telefonema de David Massena a respeito da instalação da delegacia, a presidente Lourdes falou dos benefícios da vinda da representação do Sindicato para a cidade. Quarta delegacia implantada no estado, as três que antecedem são em Niterói, Nova Iguaçu e Petrópolis, sendo que dentro de dois meses será instalada a de Campos dos Goytacazes, a unidade sindical poderá promover além de workshops de todas as modalidades, e ainda oferecer diversos convênios aos profissionais da dança “e vai garantir respeito e dignidade a uma profissão que é regulamentada desde 1978”, lembrou a presidente.
Mas Lourdes foi mesmo às lágrimas ao agradecer a homenagem ao primeiro bailarino do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, maitre-ballet, coreógrafo, ator, cantor e diretor do Sindicato desde a sua fundação em 1984, Edmundo de Souza Carijo, que dá nome à sala friburguense do SPDRJ e com quem foi casada por 34 anos. Ela agradeceu em nome dos filhos Felipe e Clarissa (que a acompanhava) pelo carinho.
Além dos secretários municipais, a mesa foi composta ainda pela diretora secretária do Sindicato Denise Acquarone, e por um representante da Associação dos Artistas de Nova Friburgo. Na plateia, além de bailarinos e dançarinos, alunos de Iane Rocha e seus familiares, presenças ilustres contribuíram para abrilhantar a ocasião, entre elas, Vera Yanakiewa, filha da bailarina Juliana Yanakiewa, que foi a primeira professora de Edmundo Carijó. Falecida há 15 anos Juliana tinha grande adoração por Nova Friburgo, segundo a filha Vera. “Apesar de sempre dizer que, quando encerrasse suas atividades, viria morar na cidade, ela não conseguiu realizar o seu sonho”, contou Vera, que reside em Nova Friburgo há oito anos.
Também filho de outra renomada professora de dança de salão, Maria Antonieta Guaycurus (falecida recentemente, a 7 de abril), Chico Rondon prestigiou o momento, que marca o início de uma nova trajetória para o balé e a dança em Nova Friburgo.
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