Inaugurada a ‘Sala Carlito’

terça-feira, 31 de março de 2009
por Jornal A Voz da Serra

(SECOM) - Emocionante. Foi assim que o público presente à festa de entrega da sala de leitura infantil da Biblioteca Pública Municipal avaliou o evento. O espaço foi totalmente reformado e reaberto no último sábado, 28, passando a denominar-se Sala do Carlito, um local dedicado exclusivamente à criançada, numa justa homenagem a um dos maiores nomes do teatro de Nova Friburgo, o ator, diretor e dramaturgo friburguense Carlito Marchon.

“Sabemos que o Carlito não gostaria de nenhuma homenagem póstuma, mas as crianças de nossa cidade precisam de um referencial e não existe uma indicação melhor. Esta sala é muito simples, assim como ele foi. Porém, existem excelentes livros que ajudarão na formação não só intelectual, mas também pessoal desses pequenos cidadãos. Muitas pessoas pensam que a leitura infantil é apenas uma etapa da alfabetização, não percebem que é muito mais do que isto. É através da leitura que formamos uma consciência crítica, que, aprendendo a ler, lemos o mundo a nossa volta”, disse Álvaro Ottoni de Menezes, diretor da biblioteca e responsável pelo Programa Pró-Leitura no município.

Foi grande o número de pessoas que prestigiaram a solenidade, inclusive a filha do homenageado, Isadora Marchon, ao lado da mãe e jornalista Angela Pedretti, editora-chefe de A VOZ DA SERRA, além de educadores, professores, os secretários Eduardo Valentim (Planejamento), a professora Márcia Elize (secretária executiva do Programa de Integração e Ação Comunitária) e o prefeito Heródoto Bento de Mello, acompanhado da professora Eliane Yunes, da Cátedra PUC de Leitura da Unesco (com quem se reuniu em seguida, juntamente com Álvaro Ottoni, para tratar da criação da Secretaria Municipal Pró-Leitura), além de amigos e fãs de Carlito Marchon, que participaram com muita empolgação das atividades.

Músicas de autoria de Carlito e interpretadas por Teleco Ventura animaram o evento. Os palhaços Abelito e Patroca arrancaram gargalhadas das crianças e de muitos marmanjos também. Uma peça infantil e algumas historinhas também fizeram parte do espetáculo.

O prefeito Heródoto era um dos mais empolgados e afirmou, num breve discurso, que “é fundamental estimular a leitura nas crianças para torná-las pessoas conscientes. Ler é aprender a conhecer a vida, a tornar-se cidadão, e o livro é um grande caminho para essa transformação”, destacou.

Muito comovido, Álvaro Ottoni ressaltou: “É a realização de um sonho. Hoje, cada vez mais, começamos a tornar Nova Friburgo uma cidade leitora. Esta sala tem a essência de Carlito. Espero que possamos criar aqui uma fábrica de artistas arteiros. Agradeço ao prefeito Heródoto por esta oportunidade, a todos os educadores e professores que estão engajados neste projeto, para que possamos, juntos, desenvolver Nova Friburgo no campo artístico e intelectual”.

Já a filha do homenageado, Isadora Marchon, lembrou que Carlito deixou uma extensa obra de textos e peças teatrais voltados também para o público infantil e disse estar muito feliz com a iniciativa. “Não esperava uma linda homenagem como essa para o meu pai”, afirmou.

A magia das histórias infantis encantou a todos

A criançada, sempre muito atenta, compareceu em peso para assistir às apresentações. Até o prefeito Heródoto Bento de Mello se rendeu à magia do universo infantil e, sem cerimônia alguma, foi logo sentando, colocou uma cartola de mágico e contou uma história. Ele falou sobre o esquecimento de um filho em sua casa, certa vez. O prefeito contou que, num determinado dia, sua casa estava cheia de crianças: os seis filhos e mais um sobrinho. De repente, resolveu ir passear com as crianças e Betty, sua esposa. Então, “muito atento”, disse que ao, sair de casa, contou seis crianças: “Até aí, tudo bem, contei até seis. Para mim, eram todos os meus filhos. Não prestei atenção que havia um sobrinho junto. Por isso deveriam ser sete... Só percebi quando voltamos para casa e o menino estava dormindo. Quando acordou, nos disse que havia cansado de gritar pela janela, mas ninguém o ouviu. Daí, de tanto chorar (porque estava sozinho em casa), acabou dormindo. Depois disso sempre prestei mais atenção para não esquecer de ninguém pelos lugares que eu ia”, brincou o prefeito.

Quem não gosta de ouvir histórias? Mariane Deserto, de 7 anos, participava atentamente das atrações e comentou que adorou a festa e pretende voltar sempre que o pai a levar. “Gosto muito de ler historinhas de livros e gibis, aqui tem bastante coisa para as crianças se divertirem”, concluiu.

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