NESTA sexta-feira, 17, a maior operação de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro do país completou três anos. Tudo começou com quatro investigações da Polícia Federal: Dolce Vita, Bidone, Casablanca e Lava Jato. As três primeiras são nomes de filmes clássicos, escolhidos de acordo com o perfil de cada doleiro investigado. A última fazia referência a uma lavanderia e a um posto de combustíveis em Brasília, que eram usados pelas organizações criminosas.
DESDE então, já ocorreram 38 fases da Operação Lava Jato. Dados atualizados em fevereiro pelo Ministério Público Federal no Paraná mostram que foram 57 acusações criminais contra 260 pessoas, sendo que em 25 já houve sentença por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e tráfico transnacional de drogas. Até agora, a Lava Jato conseguiu recuperar R$ 10 bilhões aos cofres públicos.
DURANTE estes três anos, a investigação pode se gabar por trazer luz a um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo empresas particulares, a Petrobras, políticos, empresários, doleiros, lobistas e assessores. Quando a Lava Jato vai acabar? Será que o trabalho será totalmente completo? Será que o dinheiro roubado dos cofres públicos será devolvido? Quais serão as consequências mais fortes dessa investigação?
A CLASSE política sofre com os resultados “vazados” das investigações da equipe do juiz Sergio Moro. Os brasileiros puderam externar nestes 36 meses os mais diversos sentimentos contrários à corrupção. A simples menção ao nome de um político nas listas de delações premiadas já se torna uma mancha, meio que uma condenação prévia.
O RESULTADO desse comportamento da população será sentido na eleição do ano que vem. Quando se ouve ou se lê “as eleições de 2018” parece que está longe. Mas não — é logo ali. E como será? O eleitor precisa fazer o acompanhamento deste jogo a partir de agora. Não apenas pelas citações em listas de denúncia. É preciso checar a postura desses pré-candidatos. O jogo já está acontecendo, com movimentação para todos os lados.
APESAR do desânimo da população com a classe política é preciso pensar pelo lado positivo. Com a revelação dos atos obscuros que envolvem o poder em todas as esferas, há um fato positivo nisso: uma consequente — porém demorada — limpeza. Vai demorar até que os “esquemas” deixem de existir. Possivelmente eles ainda vão ganhar outras ferramentas, outros jeitos. Mas o fato de a população começar a demonstrar a sua intolerância diante de tudo isso já é um bom começo. Sempre haverá investigações. Sempre haverá descobertas. E, como se diz, um dia a casa cai.
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