A ciência jamais conseguiu explicar a fé. O poder da crença no processo de cura não é desenvolvido em laboratórios, tampouco é tangível ao ser humano. A Imperatriz fechou os desfiles das escolas de samba já na madrugada de segunda-feira, 12, tentando desvendar alguns desses mistérios. Ou pelo menos buscando compreender e mostrar a força da fé com o enredo “O poder da cura na ciência da vida, o clamor de um povo pela proteção divina.”
As ervas medicinais e a batida de tambor do povo africano, os conhecimentos e técnicas do povo egípcio, passando peça Índia Contemporânea e o “Ayurveda” dos livros sagrados, e os rituais do povo indígena no Brasil foram retratados pela vermelho e branco de Olaria.
A história contada pelos quatro carros alegóricos e 20 alas, que acomodaram os 800 integrantes, começou no Egito, com a comissão de frente “Asas da imortalidade”, com o símbolo primordial da cultura egípicia: a pirâmide. O primeiro carro alegórico mostrou parte do contexto cultural e geográfico do povo africano, com a flora, representada pelas árvores sagradas, as Baobás, a fauna, os guerreiros, a rainha e os orixás. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Erick e Dandara, representou o Ritual de Magia.
A cura egípcia voltou a ser mostrada no terceiro setor da Imperatriz, onde o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Alessandro e Carol, veio representando o Egito, assim como a segunda alegoria, trazendo esculturas de faraós mumificados e os mistérios que envolvem a cura egípcia.
Na sequência do desfile a crença indígena foi contada através das fantasias sobre a magia, a cura, os caciques e a bateria de mestre Fred, com seus 106 ritmistas, além da rainha de bateria e da tribo, Cristina Féu, e as musas Juliana Queiroz e Emanuele Neris. As várias paradinhas realçaram o ritmo característico, e tornaram a Swing Total, vestida como tribo do Xamã, uma atração à parte. As crenças e culturas indígenas também estiveram representados no terceiro carro alegórico, com esculturas de índios, palha e a mãe-terra retratada, tendo o Xamã, bem acabado e com movimentos, como destaque principal.
O último setor da escola trouxe o Cristianismo, com o terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus e Raíssa, vestido de Sol e Lua. O carro “O poder da Fé”, o de número quatro, reproduziu um santuário de oração pela cura e proteção divina. Uma enorme escultura de Nossa Senhora da Misericórdia foi destaque central, juntamente com a presença da velha guarda da agremiação.
Com o poder da cura e da fé, a Imperatriz de Olaria encerrou os desfiles das escolas de samba com luxo, beleza e muitos aplausos. Fica a certeza de que é possível acreditar na vermelho e branco.
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