O bairro de Olaria está em festa. A Imperatriz de Olaria é a grande campeã do carnaval friburguense. A escola, que agora soma 15 títulos, sagrou-se, sozinha, bicampeã, com 189,8 pontos, ao mostrar na avenida enredo sobre poder da cura. Em segundo lugar, apenas três décimos atrás, ficou a Vilage no Samba, com 189,5 pontos, com seu enredo sobre o padroeiro de Friburgo, São João. Em terceiro lugar ficou a Unidos da Saudade, que conquistou 189,2 pontos com o enredo sobre os seus próprios 70 anos, e, em quarto, a Alunos do Samba, com o enredo sobre o bicentenário de Friburgo que lhe deu 188,8 pontos.
Desde o início da apuração, que começou no início da tarde desta quarta-feira, 14, no Estádio Eduardo Guinle, Imperatriz e Vilage foram disputando nota a nota e ficaram empatadas em primeiro. Por um breve momento a Vilage chegou a liderar, mas, ao retomar a ponta, a agremiação do bairro mais populoso de Nova Friburgo não saiu mais do topo. Na apuração friburguense, três jurados foram escalados para dar notas em dez quesitos. A menor nota era descartada.
Apesar da liderança, a Imperatriz chegou ao último quesito (mestre-sala e porta-bandeira) liderando por apenas um décimo de diferença para a Vilage. Quando o locutor anunciou a nota do terceiro julgador da categoria, a festa da comunidade vermelha e branca se fez presente.
Emocionado, o presidente da escola, Humberto Damasceno, vibrou com o resultado. “É a consequência de um trabalho árduo. Somos a estrela desse momento especial no nosso município”.
A Imperatriz, que no carnaval passado ganhou a disputa empatada com a Saudade, quebrando um jejum de dez anos, foi a última a desfilar na Avenida Alberto Braune, já na madrugada de segunda-feira, 12. Este ano a vermelho e branco apresentou o enredo “O poder da cura na ciência da vida, o clamor de um povo pela proteção divina”, nota dez nos três jurados. A escola de Olaria, que já tem 42 anos, veio com 800 componentes, sendo cerca de cem na bateria nota dez do mestre Fred, apelidada de Suingue Total. A escola desfilou com cinco carros alegóricos e 20 alas.
As ervas medicinais e a batida de tambor do povo africano, os conhecimentos e técnicas do povo egípcio, passando pela Índia Contemporânea e o “Ayurveda” dos livros sagrados, e os rituais do povo indígena no Brasil foram retratados pela vermelho e branco de Olaria.
A história contada pela agremiação na avenida começou no Egito, com a comissão de frente “Asas da imortalidade”, com o símbolo primordial da cultura egípcia: a pirâmide. O primeiro carro alegórico mostrou parte do contexto cultural e geográfico do povo africano, com a flora, representada pelas árvores sagradas, as Baobás, a fauna, os guerreiros, a rainha e os orixás. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Erick e Dandara, representou o Ritual de Magia.
A cura egípcia voltou a ser mostrada no terceiro setor da Imperatriz, onde o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Alessandro e Carol, veio representando o Egito, assim como a segunda alegoria, trazendo esculturas de faraós mumificados e os mistérios que envolvem a cura egípcia.
Na sequência do desfile, a crença indígena foi contada através das fantasias sobre a magia, a cura, os caciques e a rainha de bateria e da tribo, Cristina Féu, e as musas Juliana Queiroz e Emanuele Neris. As crenças e culturas indígenas também estiveram representadas no terceiro carro alegórico.
O último setor da escola trouxe o Cristianismo, com o terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus e Raíssa, vestido de Sol e Lua. O quarto carro, “O poder da fé”, reproduziu um santuário de oração pela cura e proteção divina. Uma enorme escultura de Nossa Senhora da Misericórdia foi destaque central, juntamente com a presença da velha guarda da agremiação.
Com o poder da cura e da fé, a Imperatriz de Olaria encerrou os desfiles das escolas de samba com luxo, beleza e muitos aplausos.
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