O retorno das aulas no Instituto Politécnico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IPRJ-Uerj), em Nova Friburgo, está previsto para esta terça-feira, 22, mas, na prática, isso não vai acontecer porque os professores continuam em greve, pelo menos, até a próxima quinta-feira, 24, quando a categoria vai definir se volta ao trabalho. O impasse deixou alunos perdidos.
“Muitos estudantes voltaram para Friburgo na expectativa de retomar o período letivo. Outros não sabem quando voltam por causa da falta de acordo entre a reitoria e as categorias. Os alunos que estão na cidade estão tendo que se virar sem as bolsas pagas pelo governo”, disse o presidente do Centro Acadêmico do Instituto Politécnico (Caip), Arthur Moura.
Na última sexta-feira, 18, a reitoria comunicou, em nota, que a instituição "detém as condições mínimas" para o início das aulas do primeiro semestre de 2017. Isso aconteceu na semana em que governo pagou os salários atrasados de maio, junho e julho dos servidores com R$ 1,3 bilhão obtidos com Bradesco, que venceu a licitação para gerir a folha de pagamento.
Para a reitoria, a universidade poderia retomar as atividades nesta semana, já que em em sua maioria, as pendências foram atendidas. No IPRJ, por exemplo, foi definido retorno das aulas nesta terça-feira, 22. A Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj), que na sexta-feira, 17, decidiu manter a greve iniciada em 1º de agosto, porém, considerou a decisão da reitoria “contraditória”.
“Na própria nota a reitoria admite que o governo ainda deve salários e bolsas e não repassou recursos para o pagamento das firmas terceirizadas, o que implica em total insegurança sobre a continuidade das aulas em um futuro próximo. Tudo isso com a explicação de que assim cumpre com seu compromisso com a sociedade fluminense”, diz nota. A próxima reunião da categoria vai acontecer na quinta-feira, 24, no Rio.
A reitoria reconhece no texto que a situação da universidade "não está normal", porque continuam pendentes a regularização o pagamento do 13º salário de 2016, pagamentos de professores substitutos e das empresas contratada e bolsistas. Mas entende “que é crucial o início das aulas, com a maior brevidade possível, em consideração aos estudantes, àqueles que estão buscando a Uerj por meio do Vestibular/2018", frisa o texto.
A situação na Uerj só deve começar a ser regularizada quando sair a adesão do governo do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O plano suspende por três anos o pagamento da dívida do estado com a União e prevê diversas medidas de austeridade para o governo fluminense, que devem gerar R$ 26,1 bilhões de receita em seis anos. De imediato, o estado vai tentar obter um empréstimo de R$ 3,5 bilhões para acertar o pagamento dos servidores.
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