O próximo dia 17 de novembro, data em que é celebrado o Dia Mundial de Combate à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), é uma excelente oportunidade para alertar a população sobre o impacto socioeconômico da doença. Atualmente, a DPOC é a quinta principal causa de morte no mundo. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 210 milhões de pessoas lutam contra a DPOC, e cerca de 3 milhões morrem todos os anos em decorrência da doença. Até 2030, a DPOC se tornará a terceira maior causa de morte no mundo, de acordo com projeção da OMS.
No Brasil, cerca de 7 milhões de pessoas são portadoras da doença, responsável por aproximadamente 270 mil internações e 40 mil mortes por ano, segundo levantamento do Ministério da Saúde. Entre as causas mais comuns de morte no país, a DPOC e os tumores de pulmão são os únicos que apresentam crescimento, o que pode ser reflexo das altas taxas de tabagismo no passado, principal causa da doença.
Anualmente, a DPOC custa aos cofres públicos aproximadamente R$ 100 milhões, sendo que cerca de 70% dos pacientes dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento. Além dos custos relacionados a internações e remédios, a doença leva à falta de resistência física, ausência no trabalho e morte prematura, ocasionando gastos adicionais para a família, paciente ou responsável.
A pesquisa Revelar, realizada pelos laboratórios Boehringer Ingelheim e Pfizer, mapeou o comportamento de 229 pessoas diagnosticadas há sete anos, em média, com DPOC, em quatro capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre). Segundo o estudo, cerca de 40% dos entrevistados disseram que sentem dificuldade em realizar alguma atividade rotineira e 14% afirmaram que perderam a independência, já que dependem da família para fazer atividades simples do dia a dia, como trocar de roupa ou tomar banho.
Além disso, andar em ritmo acelerado, carregar peso ou praticar esportes acaba sendo mais difícil para os portadores da doença, que sofrem com a falta de ar. Dos pacientes consultados, 55% disseram que não fazem exercícios físicos, e 90% afirmaram que realizam atividades de lazer somente em casa – dado que comprova a reclusão provocada pela doença.
“Embora a DPOC seja tão impactante, ainda é pouco conhecida, o que agrava o fato de seus sintomas serem negligenciados ou confundidos com os de outras doenças respiratórias, como a asma. O diagnóstico tardio faz com que a doença evolua de forma drástica, levando à necessidade de internações e cuidados especiais”, alerta José Roberto Jardim, pneumologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro do Comitê Internacional de DPOC (GOLD).
Entre as consequências da doença, estão as internações constantes causadas pelas crises. Por essa razão, a DPOC tem forte impacto econômico para o governo, uma vez que a necessidade de internações é frequente. Dados divulgados em outubro no Fórum Europeu da Saúde de Gastein, na Áustria, mostram que as doenças respiratórias estão em segundo lugar na Europa em termos de mortalidade, incidência, prevalência e custos, sendo responsáveis por um encargo anual estimado em 102 bilhões de euros. De todas as doenças respiratórias crônicas, a DPOC é a maior contribuinte, ocasionando gastos estimados em 50 bilhões de euros por ano. Os dados atestam que os custos da DPOC são comparáveis aos associados ao câncer de mama e ao acidente vascular cerebral, por exemplo.
Já a pesquisa divulgada em 2009 no congresso da ERS – European Respiratory Society –, conduzida em sete países (Canadá, França, Itália, Holanda, Espanha, Reino Unido, e Estados Unidos), estimou que a carga econômica total da DPOC é de cerca de 5 mil dólares por paciente ao ano. Só os Estados Unidos gastam com a DPOC cerca de 18 bilhões de dólares anualmente. Esses custos são devidos principalmente às internações hospitalares, medicamentos e à oxigenoterapia – tratamento em que o paciente necessita receber oxigênio por meio de equipamentos.
Falta de informação e tratamento inadequado podem ser fatais
Apesar da alta incidência, a DPOC ainda é pouco conhecida pela população. Foi o que constatou a Revelar, que aponta que 70% dos pacientes nem sabiam que a doença existia, antes de descobrir serem portadores dela. Entre os 30% restantes, 14% tinham casos de DPOC na família.
O estudo concluiu também que a doença demora a ser diagnosticada. A maior parte dos pacientes recebeu o diagnóstico aos 57 anos de idade, apesar de a DPOC se manifestar, em geral, a partir dos 40 anos.
A falta de informação é uma das principais barreiras para o diagnóstico precoce. Soma-se a ela o fato de os sintomas (falta de ar, cansaço, tosse e produção de catarro) serem geralmente confundidos com os causados pelo hábito de fumar e pelo processo natural de envelhecimento. Por esse motivo, os pneumologistas recomendam que o exame de espirometria, que mede a função pulmonar, faça parte do check-up de quem tem mais de 40 anos, juntamente com os exames de diabetes, colesterol e pressão.
Tratamento adequado
Caracterizada pela manifestação conjunta da bronquite crônica e do enfisema pulmonar, a DPOC é causada pela inalação de substâncias tóxicas, principalmente as do cigarro. Apesar de ser uma doença progressiva e irreversível, os sintomas podem ser tratados e, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento.
Dentre os tratamentos recomendados pelo Consenso Brasileiro de DPOC, estão os broncodilatadores inaláveis de longa duração, como o brometo de tiotrópio. O medicamento controla o diâmetro das vias aéreas e proporciona melhora dos sintomas e da qualidade de vida, aumentando a resistência às atividades diárias e aos exercícios e reduzindo as crises que o paciente com DPOC apresenta constantemente.
Sobre a Boehringer Ingelheim
A Boehringer Ingelheim é uma das 20 principais companhias farmacêuticas do mundo. Com matriz em Ingelheim, Alemanha, opera globalmente com 142 afiliadas em 50 países e mais de 41.000 funcionários. Desde sua fundação, em 1885, a empresa familiar é comprometida com a pesquisa, o desenvolvimento e a comercialização de produtos de alto valor terapêutico para medicina humana e animal.
Em 2009, a Boehringer Ingelheim registrou vendas líquidas de € 12,7 bilhões, dos quais investiu 21% em pesquisa e desenvolvimento de seu maior segmento de negócios, os medicamentos sob prescrição médica.
Sobre a Pfizer
A Pfizer é a indústria farmacêutica que mais investe em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos. Os resultados desse trabalho são produtos que melhoram a saúde e a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Fundada em 1849 e presente em 150 países, a Pfizer comercializa medicamentos na área de saúde humana e animal. No Brasil há 55 anos, a companhia também desenvolve iniciativas sociais voltadas para a educação em saúde.
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