Idosos já somam mais de 23 milhões de brasileiros, o que requer mais investimentos em políticas públicas

segunda-feira, 01 de outubro de 2012
por Jornal A Voz da Serra

Comemorado ontem, 1º, o Dia Internacional do Idoso motiva uma reflexão sobre o envelhecimento e a necessidade de se investir mais em políticas públicas que valorizem e protejam essa crescente parcela de brasileiros. “Não existe até o momento uma preparação para dar suporte a essa população. É necessária uma mudança de postura no país em relação a esse tema e, principalmente, medidas que permitam aos nossos idosos envelhecer com saúde e autonomia”, destaca a presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Nezilour Lobato Rodrigues.
A geriatra ressalta a importância de se investir em projetos que visem estabelecer um estatuto para o idoso mais completo e rígido que o atual e apesar das conquistas recentes, como a aprovação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 284/2011, regulamentando a profissão de cuidador de pessoa idosa, ainda há muito a ser feito. “Antigamente era a família quem dava apoio e cuidava do parente mais velho, mas essa estrutura se perdeu. Hoje, as famílias não têm tempo e, além disso, as cidades grandes não estão adaptadas para um idoso”. A especialista alerta também para o papel de profissionais como os geriatras, gerontólogos e cuidadores de pessoas idosas, que tem se tornado cada vez mais importante e consequentemente, exigem mais dedicação dos governos em valorizar esses serviços. 
Vale destacar que, de acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) em meados de setembro, os idosos (pessoas com mais de 60 anos) somam 23,5 milhões dos brasileiros—mais que o dobro do registrado em 1991, quando a faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas. Esse crescimento pode ser resultado da melhoria na qualidade de vida, acesso a assistência médica e remédios, alimentação e conscientização sobre a importância da atividade física. 
Esse aumento da expectativa de vida representa um avanço mas a geriatra lembra que uma grande parcela de idosos—cerca de 80%—possui ao menos uma doença crônica.  “As doenças crônicas, principalmente as neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, representam um grande problema enfrentado na velhice, pois comprometem o que temos de mais valioso que são nossas funções físicas e cognitivas e acabam afastando esses pacientes do convívio social”, explica.

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