Hospital Estadual da Criança realiza o primeiro transplante

segunda-feira, 08 de abril de 2013
por Jornal A Voz da Serra

O Hospital Estadual da Criança, no Rio, realizou no último dia 3 o primeiro transplante da unidade. Ubiratan Tonaso doou parte do fígado para o filho Natan Tonaso, de 1 ano e um mês. Coordenado pelo médico Lúcio Pacheco, chefe do serviço de fígado da nova unidade, o procedimento duplo durou nove horas. Pai e filho passam bem. “O pai está bem e deve deixar a UTI em breve. O menino já evoluiu dentro do esperado para um procedimento desta complexidade. Ele deve ficar pelo menos uma semana na UTI recebendo todos os cuidados”, esclareceu Lúcio Pacheco, que é também vice-presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
A família de Natan descobriu que ele era portador de atresia das vias biliares quando o menino tinha apenas dois meses de vida. Prematuro, Natan passou por cirurgia já aos três meses e, depois, algumas internações antes de descobrir que precisava de um transplante de fígado.
Ubiratan e Silvana Tonaso, pais de Natan, são moradores de Volta Redonda e se dispuseram a doar o fígado para o filho, e o órgão do pai se mostrou mais compatível. “Estou apreensivo com a minha cirurgia, mas ao mesmo tempo estou feliz por fazer isso por ele. Tive até que fazer dieta para perder peso e operar, mas nada disso importa, o que mais quero é ver meu filho saudável”, contou Ubiratan.
A mãe ficou satisfeita por ter o transplante do filho agendado e se surpreendeu com a estrutura do Hospital Estadual da Criança. “Que diferença! Esse hospital é lindo! Estamos cheios de esperança de vê-lo definitivamente curado”, disse Silvana.

Ministério da Saúde credencia a unidade
Inaugurado no dia 4 de março passado, o Hospital Estadual da Criança é a primeira unidade do Rio de Janeiro voltada para atendimento pediátrico. Em 28 de março o hospital recebeu o credenciamento por parte do Sistema Nacional de Transplantes. Foi publicado no Diário Oficial da União a portaria 313, assinada pelo secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda, habilitando o hospital a realizar transplantes de rim, fígado e músculo esquelético.
“Finalmente a população do Rio de Janeiro ganhou uma unidade com estrutura adequada para que as equipes realizem da melhor forma possível as cirurgias de transplante. A expectativa é de que até o fim do ano sejam realizados 20 transplantes de fígado e 20 transplantes de rim. O Hospital Estadual da Criança tem capacidade para suprir essa demanda e fazer ainda mais”, disse o médico Lúcio Pacheco, coordenador do serviço de transplante de fígado do hospital.

Transplante de RIM
Os pacientes e famílias que são candidatos a transplante de rim intervivo estão sendo selecionadas a partir do grupo que já é atendido no Hospital Federal de Bonsucesso para que, na próxima semana, sejam feitas as primeiras consultas. A coordenadora do serviço de transplante de rim é a médica Deise de Boni. Hoje há três crianças ativas inscritas na fila por um rim de doador falecido e o Hospital Estadual da Criança já está com equipe montada para realizar essa cirurgia assim que surgir um órgão compatível para um desses três pacientes.

Centro Estadual de Transplantes
Para incrementar o serviço e ajudar a resolver o problema da fila de transplantes, a Secretaria de Estado de Saúde também inaugurou este ano o Centro Estadual de Transplantes. Funcionando no Hospital São Francisco de Assis, no Rio, a unidade é a primeira do estado voltada para transplantes de rim e fígado (futuramente também pâncreas), conta com centro cirúrgico com cinco salas, aparelhos de ponta para realizar cirurgias de alta complexidade, nove leitos de UTI e ambulatório. O hospital atende pacientes adultos vindos de todo o estado e a previsão é que sejam feitos 200 transplantes de rim e 100 transplantes de fígado no primeiro ano de funcionamento.

PET
Responsável por regular o sistema de transplantes no estado, o Programa Estadual de Transplantes atua na captação de órgãos, distribuição aos hospitais respeitando a fila, aprimoramento da gestão técnica, subsídio às unidades de saúde e capacitação de profissionais. 
Ocupando a lanterna no país na área de doação de órgãos até 2010, o Rio de Janeiro registrou nos últimos dois anos o maior avanço nacional, pulando para a atual terceira posição no ranking. Em 2012 foram 221 doações de órgãos, quase o dobro do ano anterior. Em 2013 já foram 32 captações e 100 transplantes. A meta para este ano é superar 250 captações no total. “A negativa familiar é o principal empecilho na doação. Por isso, é bom que a população saiba que o processo é confiável e transparente”, alega o coordenador do PET, Rodrigo Sarlo.
Para comunicações e dúvidas sobre transplante, basta ligar 155 e para informações, normas e estatísticas, visite www.transplante.rj.gov.br.

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