Percebemos que, apesar de todas as dificuldades, tudo vale a pena
Light - Como surgiu a ideia de criar uma empresa?Walace Emrich
Guilherme Heringer - Sempre tive interesse pela área de comunicação visual. Mesmo sem saber, desde os 14 anos estudava formas de divulgar minhas bandas. Pesquisava através da internet e isso me levou a procurar cursos, influenciado pela minha namorada na época, hoje minha esposa, que me lembrou que eu passava horas no computador. Concluí que não precisava largar o computador para ter uma profissão. Após um ano, quando tinha entre 17 e 18 anos, juntei dinheiro suficiente para comprar o que era necessário para me estabelecer. Aos 18 criei o Studio Heringer com apoio dos meus pais. Nessa fase, pai e mãe preferem que você procure um emprego “normal”. Por sorte, ambos acreditaram em mim e me apoiaram, sem impor condições. O que você precisou para se estabelecer?
Um computador, conexão com internet e uma mesa com cadeira. Como empregado, no meu primeiro ano de trabalho consegui comprar o computador, o restante já estava no meu quarto. Antes disso, fiz um curso básico, suficiente para iniciar o meu negócio. Quer dizer, você não teve que esperar para ter esse pequeno investimento de volta.
Quando comecei, o mercado era menor e em pouco tempo consegui pagar o investimento inicial. Hoje, minha empresa paga o crescimento, nossas instalações ocupam 100m² de um escritório, com diversos computadores, estúdio fotográfico, funcionários e estagiários. Quais são as suas expectativas?
Difícil falar, porque sou uma pessoa de muitas expectativas, planos e sonhos. Mas, posso adiantar que uma de minhas expectativas é que a nossa empresa se torne uma referência no nosso nicho, oferecendo qualidade e criatividade, em primeiro lugar. E que seja reconhecida como uma marca de resultados para nossos clientes. O Sebrae foi importante em que fase?
Procurei o Sebrae quando precisei registrar a empresa e sempre que me perguntam sobre curso e orientação, eu sugiro o Sebrae. Estou sempre em contato com o pessoal de lá. Por que juntar duas empresas no mesmo espaço?
Quando conheci o Walace percebi que tínhamos muita coisa em comum, e como empresários, as mesmas expectativas. O ideal de qualidade foi determinante para forjar uma parceria legal. Portanto, essa união ocorreu de forma natural, com nossas empresas se fundindo em diversos aspectos. Está valendo a pena investir nesse mercado?
Sem dúvida. Trata-se de um mercado promissor e necessário porque nenhum outro de qualquer segmento sobrevive sem o respaldo de comunicação visual e marketing. Então, vale a pena. Porém, como acontece em todas as áreas de trabalho, este é um mercado que exige profissionais atentos às novidades do setor. Resumindo, aprendizado e reciclagem devem ser constantes. Como você avalia a relação dos empresários com marketing?
Ainda hoje há empresários que têm dificuldades para escolher um bom profissional da nossa área, porque tudo é muito relativo, depende de especialidades. Conquistar clientes é uma arte que exige não apenas competência, mas muitas outras qualificações e condições. Então, ingressar nesse mercado, avaliando por esse ângulo, pode ser complicado, mas nada que desestimule quem queira investir nele. Nova Friburgo ainda não é reconhecida pela excelência nessa área, mas já é, sem dúvida, um polo que se destaca pela criatividade, com ótimas empresas e profissionais. Light - Como surgiu a ideia de criar uma empresa?
Walace Emrich - Sempre gostei de escrever e no meu segundo período da faculdade (2011) conheci o branding (gestão de marcas). Era um assunto bem novo e vi ali um nicho para me especializar e escrever sobre. Reuni uns amigos e criamos um espaço online para falar sobre o universo da publicidade e gestão. Nasceu então a UB House, um blog produzido por cinco universitários. Com nosso conhecimento compartilhado na internet, fomos convidados para ministrar palestras em outras universidades no país. Durante a Fevest de 2012, uma empresa precisou de ajuda para apresentar a sua marca. Essa foi a nossa primeira oportunidade de trabalho. Depois disso, o blog se tornou um grande aliado para nos apresentar ao mercado e captar novos projetos e clientes. Começamos a nos ver como empresa e a equipe passou por mudanças. Algumas pessoas deixaram o projeto UB House e outras vieram para somar, como foi o caso da Mariane Bom, que hoje é minha sócia. Uma coisa interessante sobre esse início é que boa parte dos membros era de estados diferentes, o que fez o nosso escritório ser 100% virtual, como permaneceu por um longo tempo. Hoje, temos uma equipe bem diversificada e qualificada na área, e cremos que o diferencial das empresas é justamente este: as pessoas que as formam. Você tinha recursos ou precisou de ajuda para se estabelecer?
Na época eu tinha um computador de segunda linha, daqueles que travam quando você abre dois arquivos. Como nosso trabalho era online, eu precisava de pelo menos um bom computador e uma mesa para trabalhar. Meus pais me ajudaram a adquirir um novo computador. Eu era bolsista da faculdade, não tinha uma fonte de renda. Meus pais cederam metade da sala deles para eu colocar uma mesa e começar a trabalhar. Além do meu investimento, cada membro da UB tinha seus próprios equipamentos. Você escolheu essa área para desenvolver como algo seu quando já atuava nela ou se interessou a partir do momento em que começou a pensar na criação de alguma coisa?
Acho que foi um acontecimento mútuo. Me apaixonei por gestão de marcas e, ao estudar mais sobre a área, percebi algumas oportunidades de trabalho em marketing digital. Comecei a buscar qualificação na área e percebi que o interior do Estado do Rio não tem muito a oferecer nesse sentido. Tive que procurar cursos e treinamentos na capital e em outras cidades. Comecei uma jornada de viagens para qualificação. Quanto tempo você acha que levará para recuperar o investimento ou já está tendo retorno?
Já estamos tendo retorno. Mais do que o retorno financeiro, estamos tendo retorno como profissionais. Ser reconhecido pelos nossos clientes e parceiros é o melhor retorno que uma empresa pode ter. Quais são as suas expectativas?
Apesar da crise nossas expectativas são positivas. O mercado digital, que é relativamente novo, ainda apresenta muitas oportunidades para as marcas. E a gente acredita que um trabalho bem feito traz resultado. Estamos vendo isso com nossos clientes e o crescimento que eles têm com a entrada no mundo online. Qual a importância do Sebrae na sua formação?
Essencial. Sou da casa, né? Fui estagiário do Sebrae por quase dois anos e tive a oportunidade de fazer diversos cursos como gestão financeira, de pessoas e o Empretec. Essa formação me deu know-how para aplicar em meu próprio negócio. Mas o aprendizado deve ser constante e a cada dúvida ou necessidade, recorro à instituição para me atualizar. E se eu aprendi uma coisa nesses anos é que ninguém cresce sozinho. Precisamos de ajuda e o Sebrae está aí para ajudar os pequenos negócios. Porque juntar duas empresas no mesmo espaço?
Porque nossas empresas se complementam em diversos aspectos e temos a mesma preocupação em oferecer o melhor para nossos clientes. É ganho mútuo. Compartilhamos experiências e crescemos juntos. Mercado promissor significa que está valendo a pena...
Não existe empresa de sucesso que não invista em comunicação. Então, sim, é um mercado promissor. A maior dificuldade que temos ainda é conscientizar o empresário de que divulgação é investimento e não custo. Além do que, somente agora as empresas estão despertando para a importância de estar presente na internet e, principalmente, fazendo um trabalho de qualidade no ambiente digital. Quais os principais desafios?
São muitos. A falta de investimento das empresas, a falta de profissionais qualificados no mercado, os “sobrinhos” que entregam trabalhos sem pensar em resultados, e por aí vai. Mas quando a gente entrega um relatório para nossos clientes e vemos o crescimento de suas empresas, percebemos que apesar de todas as dificuldades, sim, tudo vale a pena.
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