Homenagem no Tiro de Guerra reúne expedicionários da 2ª Guerra Mundial

Uma homenagem aos guerreiros da década de 1940. Expedicionários que saíram do Brasil para lutar na Europa durante a 2ª Guerra Mundial. Hoje, são espelhos para os jovens que estão servindo o Tiro de Guerra em Nova Friburgo. Na última quinta-feira, 8, uma cerimônia lembrou a história destes combatentes e promoveu valores como lealdade e responsabilidade.

Amaro Vasconcellos, Célio Mangia, Clarindo Thiengo e Dionísio Teixeira foram os homenageados. Todos com mais de 90 anos e com muitas lembranças. No início, muita emoção quando os cerca de 40 atiradores do Tiro de Guerra 01-010 entoaram a Canção do Expedicionário. O chefe de instrução do TG em Nova Friburgo, sargento Marcelo Thomé, foi o responsável pela iniciativa do evento, e avaliou como positiva e construtiva a homenagem. "É motivo de muita felicidade. Fizemos, no ano passado, uma homenagem aos expedicionários que teve uma repercussão muito boa. Esse ano, procuramos repetir, fazer ainda melhor, exaltar os feitos como o heroísmo e o patriotismo, e também passar isso para os jovens atiradores, para que eles consigam assimilar a ideia de sempre servir, fazer o bem, ser patriota”, relatou o sargento.

Os 40 atiradores do Tiro de Guerra 01-010 participaram da homenagem

"Mais fácil a cobra fumar um cachimbo do que o Brasil combater na Europa.” Dita durante a 2ª Guerra Mundial, a frase foi contradita e os expedicionários brasileiros ajudaram da derrocada do fascismo. E hoje alcançam o reconhecimento.

A homenagem desta quinta-feira ficou eternizada na parede do salão do Tiro de Guerra, e por meio de um jovem que nem sonhava em nascer quando os guerreiros brasileiros lutavam nos campos de batalha europeus. Wellerson Cypriano, 18 anos, atirador do tiro de guerra, desenhou uma cobra fumando, em alusão à famosa frase. Motivo de orgulho para, talvez, um futuro combatente verde e amarelo. "Um dia, estávamos no quartel treinando a Canção do Expedicionário, e ao ver um vídeo com o símbolo da cobra fumando, achei interessante fazer a homenagem”, comenta o jovem, que acrescenta: "Servir o Tiro de Guerra é ótimo, uma experiência muito boa. Eu recomendo aos jovens que sejam voluntários. Aqui a gente aprende muito, desde a história do Brasil até valores do dia a dia”, pontua. O sargento Thomé concorda com o atirador Cypriano e reconhece o estímulo aos mais jovens proporcionado pela cerimônia. "De alguma forma, essa homenagem estimula os jovens. Os atuais atiradores olham para os nossos guerreiros, os admiram, procuram saber como foi a guerra. Todas as histórias despertam o interesse dessa turma”, ressalta.

O café da manhã, no fim da homenagem, foi um verdadeiro momento de congratulação. Jovens procuravam os mais velhos para adquirir mais conhecimento, ouvir as histórias ou registrar, através das fotos, um raro momento em que os atiradores de hoje se encontram com os expedicionários de ontem. A união entre passado, presente e, por que não, futuro. Um dos homenageados, Célio Mangia, agradece a retribuição, e analisa como uma forma de reconhecimento pelos serviços prestados. "Pelo menos as pessoas se lembram de nós. Na hora em que todos precisaram, nós nos apresentamos e fomos ao combate, cumprir o nosso dever cívico”, conclui.

O dia 8 de maio marca a rendição das forças nazistas da Alemanha na 2ª Guerra Mundial, o que aconteceu em 1945. Na época, houve muita festa com a rendição dos alemães. Em Londres, na Inglaterra, mais de um milhão de pessoas festejaram nas ruas. Também houve festa nos Estados Unidos nesta mesma data.

A 2ª Guerra Mundial durou de 1939 a 1945. Cerca de 100 milhões de militares foram mobilizados nos combates, e quase 70 milhões de mortes foram contabilizadas. Até hoje, é considerado o conflito mais letal da história da humanidade.

 

Expedicionário Célio Mangia foi um dos homenageados